segunda-feira, 18 de março de 2013

Evangélicos miram comissões com poder de barrar temas sensíveis a igrejas

Evangélicos miram comissões com poder de barrar temas sensíveis a igrejas 

Congresso em Foco

Presença do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na Comissão de Direitos Humanos do Câmara faz parte de uma estratégia mais ampla da frente evangélica, informa O Estado de S. Paulo.


O Estado de S. Paulo
Evangélicos miram comissões que têm poder de barrar temas sensíveis a igrejas
A presença do pastor Marco Feliciano (PSG-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara não é um fato isolado. Faz parte de uma estratégia mais ampla da Frente Parlamentar Evangélica, que reúne 68 deputados. Ela tem direcionado forças para as comissões que tratam das reivindicações dos gays por direitos iguais aos dos outros grupos da sociedade, da flexibilização das nor-ínas sobre aborto e de políticas sobre drogas.
Os atritos com grupos de direitos civis, movimentos de direitos humanos, pró-aborto e em defesa da laicização do Estado só tendem a intensificar nas comissões que tratam desses temas. Desde o início do ano, a frente ocupa 18 das 72 cadeiras da Comissão de Seguridade Social e Família, cuja atribuição é analisar projetos ligados à saúde pública, como consumo de drogas e bebida alcoólica por jovens, e à família, como aborto e proteção à criança. Do grupo evangélico, seis são titulares na comissão e os outros 12, suplentes.
De cada 7 deputados, 1 faz parte da bancada
Um em cada sete deputados faz parte da bancada evangélica – registrada oficialmente na Câmara como Frente Parlamentar Evangélica. Segundo dados do grupo, 68 dos 543 parlamentares da Casa integram o bloco.
Os partidos com maior participação na frente são o PR, o PSC e o PRB. Quase metade das bancadas dessas três siglas somadas é composta de integrantes do grupo religioso.
Onze dos 34 deputados do PR com assento na Câmara estão inscritos na frente, incluindo o líder do partido na casa, Anthony Garotinho (RJ). A legenda agrega um grande número de evangélicos não pentecostais -oriundos principalmente das , Igrejas Batista e Presbiteriana, que são denominações de formação mais antigas, conhecidas como históricas.
‘Nossa atuação é política, não religiosa’, diz deputado
Em entrevista ao Estado, o coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), disse que o grupo tem procurado concentrar as atenções em temas que considera prioritários e ampliar o leque de alianças.
Qual o critério que a frente usa para atuar nas comissões?
Elencamos os temas que consideramos prioritários e damos atenção especial a eles nas comissões. Nossas prioridades envolvem questões éticas, valores, aborto, família, direitos civis, drogas. Temos um grupo especialmente dedicado à questão das drogas, um assunto que nos sensibiliza muito e para o qual as igrejas evangélicas têm ofertado uma grande contribuição. Estamos trabalhando para aprovar nos próximos dias um projeto nessa área.

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