Uma jovem foi baleada durante uma manifestação de moradores pela morte do jovem Paulo Roberto Pinho de Menezes, de 18 anos, na Favela de Manguinhos. A estudante Juliane Karoline Cavalcante dos Santos, de 17, foi atingida por um tiro na perna direita, na porta da casa dos seus tios, próximo ao beco da Esperança, local onde o corpo de Paulo foi encontrado.
Desde o início da manhã de hoje, como forma de protesto, moradores incendeiam pneus e liexeiras. Eles também arremessam pedras contra os policiais, que revidam com tiros e bombas.
O namorado da jovem, Thaisson Alamino, de 21 anos, estava ao lado de Juliane quando ela foi atingida.
- Eles atiraram sem saber onde ia acertar e, mesmo depois que viram que tinha muita gente, eles continuaram atirando. Esses policiais não tem preparo nenhum - criticou Thaisson.
Ainda de acordo Thaisson, os policiais não ofereceram nenhum tipo de socorro à jovem. Segundo ele, amigos e parentes que levaram Juliane para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier.
- Nem socorro eles prestam. A atitude da polícia foi lamentável - disse.
Familiares do jovem acusam policiais militares da UPP da comunidade de terem espancado o rapaz, após uma abordagem. A mãe do jovem, a vendedora ambulante Fátima dos Santos Pinho de Menezes, de 39 anos, conta que o filho estava com outros quatro amigos quando os policiais de uma guarnição chegaram.
- Mesmo que meu filho estivesse fazendo alguma coisa errada com drogas, armas ou envolvido no crime os policiais, não podiam matá-lo. Deveriam ter levado à delegacia - conta.
Os amigos do jovem, que estavam com ele no momento da abordagem, contam que só Paulo foi levado para um beco escuro da favela para ser revistado.
- Eles pegaram só o Paulo, ninguém mais foi levado - disse um amigo que não quis se identificar.
O pai da vítima, o gari Paulo Roberto Souza de Menezes, de 48, conta que o filho já teve desavenças com os PMs da UPP. Ele conta que um dos militares já havia prendido o jovem, em um roubo na Lapa, no Centro do Rio, no início do ano. Segundo Paulo, além dessa, o jovem tinha passagem por furto e nove anotações criminais, quando era menor. Ainda segundo o pai do jovem, o filho estava sendo ameaçado pelos policiais:
- Ele já vinha sendo ameaçado. Ele era um menino bom mas não aceitava passar por humilhações nem ser "esculachado".
Vizinhos e amigos do jovem morto fizeram uma manifestação contra a ação da PM na favela. Arremessaram pedras contra policiais que fazem patrulhamento na área. Policiais da 21ª DP(Bonsucesso) já realizaram a perícia no local. Os agentes coletaram sangue no beco onde o jovem foi abordado e estão ouvindo testemunhas.
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