sábado, 30 de novembro de 2013

Promotora teria berrado com copeiras que sua jarra não deveria ser usada para servir água ao ‘zé povinho’

Promotora teria berrado com copeiras que sua jarra não deveria ser usada para servir água ao ‘zé povinho’

Corregedoria investiga promotora que berrou com copeiras por usar jarra errada no MPE

Danilo Galvão - Midiamaxnews

O suposto comportamento agressivo e deselegante de uma promotora de justiça em Campo Grande virou caso para investigação da Corregedoria do Ministério Público Estadual. A mulher foi denunciada por, supostamente, ter ofendido aos berros duas copeiras que atuam no órgão por usarem uma jarra particular dela para servir água.

Outros servidores e até cidadãos que eram atendidos no anexo das Promotorias de Justiça, na avenida Ricardo Brandão, teriam presenciado a conduta ofensiva contra duas mulheres que prestam serviços pela empresa Alpha Terceirização.

Segundo informações da representação registrada na Corregedoria do MPE-MS, a denúncia foi registrada na Ouvidoria do órgão no dia 3 de outubro e relata que a promotora Marjorie Oliveira Zancheta teria se irritado porque as copeiras usavam uma jarra particular dela para servir água aos presentes no prédio do MPE.

As funcionárias da terceirizada, Maria Veralucia de Barros e Lucilene Ribeiro da Silva, trocaram a jarra de água da promotora. Segundo a denúncia, Marjorie teria se dirigido ao segundo andar do prédio e lá brigado com as copeiras. Ela teria dito para as funcionárias que sua jarra não deveria ser usada para servir água ao ‘zé povinho’, de acordo com o relatado.

Além do constrangimento público, Vera e Lucilene, conforme aponta a denúncia, teriam se tornado alvo de perseguição após o caso ser encaminhado à Ouvidoria. Quando a Corregedoria do MPE foi informada do fato, convocou as funcionárias da terceirizada para oitiva. Dias após os depoimentos, elas teriam sido afastadas, segundo o relato.

No dia 4 de novembro, Lucilene foi desligada das funções no órgão, enquanto Vera sofreu o afastamento no dia 8 do mesmo mês. Na mesma semana, Marjorie teria gritado com outro funcionário, desta vez, na sede da Promotoria de Justiça, localizada na rua da Paz, ao lado do Fórum.

A Corregedoria confirmou que apura o caso, que é mantido em sigilo. "Todo procedimento disciplinar é sigiloso, pois corre em segredo. A não ser no final, em que o resultado da investigação é público. A Corregedoria confirma que apura informações sobre este caso, mas não pode no momento dar nenhuma manifestação”, explica o corregedor-geral do Ministério Público Estadual, Mauri Valentin Riciotti.

A Organização Internacional do Trabalho classifica como assédio moral qualquer fenômeno de humilhação, ofensa à dignidade, que projete ao trabalhador um dano à saúde, assim como ao seu desempenho, em virtude da atitude de um colega do mesmo ambiente profissional. Geralmente o agressor identificado é um chefe, que na maioria dos casos força o subordinado a desistir da função laboral.

Procurada pela reportagem para falar sobre os episódios que originaram a denúncia e o procedimento disciplinar, a promotora não foi encontrada. A informação oficial é de que Marjorie Oliveira Zancheta está de férias e deve voltar ao trabalho apenas em 2014.

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