sábado, 7 de dezembro de 2013

Socorro!: Para o ministro Fux a mulher só pode denunciar violência doméstica se tiver marcada com hematomas?

Socorro!:Para o ministro Fux a mulher só pode denunciar violência doméstica se tiver marcada com hematomas?

O ministro Fux para piorar ainda mais se utiliza do "eu tenho mãe, sou pai de uma filha e avô de uma neta". Hello! Todos os agressores de mulheres também são filhos de uma mãe e isto os faz menos criminosos? ( vídeo http://www.youtube.com/watch?v=wz4AVJxP7tc )

Se um ministro do STF diz que uma denúncia de violência doméstica é fantasiosa, porque é necessário para dar credibilidade à denuncia, o que dirá um reles mortal machista? 

E que se faz necessário hematomas no corpo da vítima?

O ministro esqueceu do artigo 5º da Lei Maria da Penha, bora recordar para ver se ele não esquece mais:


"Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual."

Fux cita MMA para desqualificar suposta agressão de deputado a mulher 

Mariângela Gallucci e Felipe Recondo - O Estado de S. Paulo

Em seu voto no STF, ministro disse que nem mesmo um profissional suportaria espancamento de 40 minutos, como alegava a acusação; processo criminal contra Arthur Lira foi aberto

BRASÍLIA - Em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu na quinta-feira, 5, pela abertura de processo criminal contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), acusado de agredir a mulher após a separação do casal, o ministro Luiz Fux, relator do inquérito, recorreu às lutas de MMA ao apresentar seu voto contra a ação. Em sua argumentação, ele desqualificou o depoimento da ex-mulher, dizendo que nem mesmo um profissional da competição das artes marciais mistas, na qual vale quase tudo, suportaria um espancamento de 40 minutos, como alega a acusação.
O ministro Luiz Fux - Andre Dusek/Estadão
Andre Dusek/Estadão
O ministro Luiz Fux
"Não só por experiência pessoal, mas porque tenho um gosto específico por esporte, o ministro Marco Aurélio também sabe que nem num torneiro de Mixed Martial Arts (MMA) se permite que uma pessoa apanhe por 40 minutos. Porque uma surra de 40 minutos é conducente à morte", explicou Fux, que pratica jiu-jítsu. "Não conheço murro de mão fechada que não deixa marca", completou adiante, observando que o exame do Instituto Médico-Legal (IML) encontrou apenas lesões na mulher, como hematomas nos braços e nas pernas. Ouça o voto de Luiz Fux.
Apesar da discordância de Fux, os ministros do STF concluíram, por 6 votos a 3, que existem indícios suficientes para a instauração de uma ação penal. Entre esses indícios estão um primeiro depoimento da vítima e de uma testemunha relatando as agressões, além do laudo do IML constatando os hematomas.
Apenas os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes acompanharam o voto de Fux. Os outros seis ministros presentes ao plenário atenderam ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que a denúncia contra o deputado fosse recebida e o processo fosse aberto. Com isso, o parlamentar passou à condição de réu. Em sua sustentação oral, Janot destacou um depoimento segundo o qual a mulher teria inclusive sido arrastada pelos cabelos.
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio Mello relembrou trechos da acusação e citou estatísticas alarmantes sobre agressões sofridas por mulheres no País. Segundo ele, 1 em cada 5 mulheres já sofreu algum tipo de agressão. "Como o Supremo Tribunal Federal, nesta quadra, pode dizer que não há base, em termos de materialidade, em termos de indício de autoria, para receber-se essa denúncia?", questionou Marco Aurélio."Receio muito as consequências dessa ótica prevalecer."
Após ouvir os votos de colegas, o ministro Luis Roberto Barroso, que havia se posicionado contra a abertura do processo, pediu para modificar sua posição. A defesa do deputado sustentou que ele não agrediu a ex-mulher. Segundo a defesa, ela afirmou ter sido agredida durante cerca de 40 minutos, mas apenas teriam sido identificados quatro hematomas nos braços e nas pernas. Além disso, a suposta vítima e a testemunha, empregada doméstica da família, teriam voltado atrás em seus depoimentos.

.

0 comentários: