quarta-feira, 12 de maio de 2010

Arrancando algumas penas na comparação entre fordismo e toyotismo


Tempos Modernos - Obra prima de Charles Chaplin
Dilma na Istoé

ISTOÉ: As reuniões são muito longas?
Dilma: A busca de um consenso é um jeito que criamos no governo. Algumas vezes o presidente chamava isto de toyotismo. Não é a linha de montagem da Ford, onde cada um vai olhando só uma parte. É aquele método de ilha da Toyota, porque você faz tudo em conjunto. Outra coisa é que a gente sempre discute com os setores interessados. Sabe como saiu o Minha Casa, Minha Vida? Porque nós sentamos com eles (empresários da construção civil) e conversamos. Eles criticando o que se fazia, os 13 grandes mais a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Se você não fizer isso, se não for absolutamente exaustivo no debate do detalhe, o projeto não fica em pé. Na curva ele cai.Ver aqui a íntegra da entrevista.
Esta é a maior diferença entre os emplumados e os barbudos.
O tucano tem uma vocação de senhor de engenho, um autoritarismo que eles tentam disfarçar usando expressões como "choque de gestão". O caso das mudanças na educação paulista, feitas na base do porrete, com agressões constantes às lideranças sindicais, mostra bem isso. Lembremos que Serra, num arroubo de hipocrisia (e arrogância, por se projetar antecipadamente no cargo), disse a pouco, em Belo Horizonte, que chamará o PT para seu eventual governo; logo ele, que procura sistematicamente humilhar sindicalistas e jornalistas por causa de sua filiação ao PT. Se ele sequer se digna a conversar com um movimento que reuniu milhares de professores de todo o estado, que viajaram centenas de quilômetros para reivindicar condições melhores de trabalho, porque algumas de suas lideranças tem filiação partidária, como ele ousa dizer que chamará o PT para seu governo? Ao contrário, o PSDB e o DEM tem acionado judicialmente lideranças sindicais com acusações de que estas são "partidárias". Com isso, ele constrange e ameaça o sindicalismo no Brasil. Não é à toa que nenhum sindicato no país - isso é verdadeiramente incrível - apóia Serra. Os sindicatos mais conservadores de São Paulo até aceitam apoiar Alckmin, mas não o candidato tucano à presidência da república.Os tucanos, talvez por inveja da capacidade do PT em atrair militantes e trabalhadores, tem criticado, idiotamente, o próprio conceito republicano de partido político. FHC, outro dia, menosprezou solenemente a filiação partidária: "o melhor caminho para o sucesso e a prosperidade será a matrícula numa boa escola, e não a carteirinha de um partido político". Não bastasse o alto grau de despolitização do jovem atual, o presidente de honra do principal partido da oposição diz um negócio desses? Afinal uma coisa não exclui a outra, e poder-se-ia dizer também que o melhor caminho é uma boa escola, e não uma carteirinha de sócio do Flamengo.Junte-se esse menosprezo à democracia representativa ao ódio que eles admitem sentir por qualquer ensaio de democracia direta (chamam plebiscito de "populismo autoritário"), e não será possível saber que tipo de democracia eles gostam; talvez aquela que se instala após um golpe militar, como em Honduras. Por falar em Honduras, a mídia tem feito um excelente serviço de desinformação, ao classificar o processo eleitoral que elegeu Porfírio Lobo como "normal". A principal figura política do país havia sido ilegalmente deposta, e permanecia isolado, preso numa embaixada. É como fazer eleições no Brasil de hoje com o Lula preso na embaixada da Argentina, proibido de fazer contatos políticos e de se dirigir ao povo.
http://oleododiabo.blogspot.com/2010/05/arrancando-algumas-penas.

Conversando um pouco sobre o filme Tempos Modernos
Título do filme: TEMPOS MODERNOS (Modern Times, EUA 1936)DIREÇÃO: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental

RESUMO: Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas. Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista". Aliás, nesse aspecto Chaplin foi boicotado também em seu próprio país na época do "macartismo".Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre os filmes mais conhecidos do ator e diretor Charles Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.CONTEXTO HISTÓRICOEm apenas três anos após a crise de 1929, a produção industrial norte-americana reduziu-se pela metade. A falência atingiu cerca de 130 mil estabelecimentos e 10 mil bancos. As mercadorias que não tinham compradores eram literalmente destruídas, ao mesmo tempo em que milhões de pessoas passavam fome. Em 1933 o país contava com 17 milhões de desempregados. Diante de tal realidade o governo presidido por H. Hoover, a quem os trabalhadores apelidaram de "presidente da fome", procurou auxiliar as grandes empresas capitalistas, representadas por industriais e banqueiros, nada fazendo contudo, para reduzir o grau de miséria das camadas populares. A luta de classes se radicalizou, crescendo a consciência política e organização do operariado, onde o Partido Comunista, apesar de pequeno, conseguiu mobilizar importantes setores da classe trabalhadora.Nos primeiros anos da década de 30, a crise se refletia por todo mundo capitalista, contribuindo para o fortalecimento do nazifascismo europeu. Nos Estados Unidos em 1932 era eleito pelo Partido Democrático o presidente Franklin Delano Roosevelt, um hábil e flexível político que anunciou um "novo curso" na administração do país, o chamado New Deal. A prioridade do plano era recuperar a economia abalada pela crise combatendo seu principal problema social: o desemprego. Nesse sentido o Congresso norte-americano aprovou resoluções para recuperação da indústria nacional e da economia rural.Através de uma maior intervenção sobre a economia, já que a crise era do modelo econômico liberal, o governo procurou estabelecer certo controle sobre a produção, com mecanismos como os "códigos de concorrência honrada", que estabeleciam quantidade a ser produzida, preço dos produtos e salários. A intenção era também evitar a manutenção de grandes excedentes agrícolas e industriais. Para combater o desemprego, foi reduzida a semana de trabalho e realizadas inúmeras obras públicas, que absorviam a mão-de-obra ociosa, recuperando paulatinamente os níveis de produção e consumo anteriores à crise. O movimento operário crescia consideravelmente e em seis anos, de 1934 a 1940, estiveram em greve mais de oito milhões de trabalhadores. Pressionado pela mobilização operária, o Congresso aprovou uma lei que reconhecia o direito de associação dos trabalhadores e de celebração de contratos coletivos de trabalho com os empresários.Apesar do empresariado não ter concordado com o elevado grau de interferência do Estado em seus negócios, não se pode negar que essas medidas do New Deal de Roosevelt visavam salvar o próprio sistema capitalista, o que acabou possibilitando possibilitou sua reeleição em duas ocasiões.
http://www.flickr.com/photos/desconhecido/376327035/

Trecho de Tempos Modernos




Maria da Penha Neles:
Decidir sozinho é fácil.
Difícil é chegar ao consenso.

2 comentários:

Tainá disse...

Mandar é mais que buscar o consenso.

Tainá disse...

Ou melhor: mandar é fácil. Consenso é arte e requer competência.