sexta-feira, 28 de maio de 2010
Campanha difamatória dos professores paulistas na imprensa
Recebo por e-mail um boletim chamado Cadec News.
O recebo no e-mail da escola em que trabalha um amigo educador, portanto é um boletim dirigido a diretores de escolas públicas de São Paulo.
Este boletim, tem se dedicado a reproduzir notícias da imprensa que desmoralizam os professores da rede pública paulista de maneira insistente.
Deixo o link do boletim para quem quiser conferir: www.cadec.com.br
Pesquisando no google, descobri que este boletim é de uma consultoria em educação que se dedica a dar cursos de capacitação de professores em São Paulo.
"Os cursos de capacitação são realizados através do Centro Educacional Paulo Nathanael - CEPN, uma instituição do grupo Cadec."
"
"Missão
A Cadec tem por missão colaborar no desenvolvimento e na melhoria do ensino, pautando seu trabalho nas marcas de excelência: seriedade e competência."
( do site da Cadec)
Vamos tentar entender o que está por trás da notícia do jornal O Estado de São Paulo, em uma das notícias compiladas pelo boletim do CADEC NEWS, de 27/0/2010.
O Estado de São Paulo - 27/05/2010 - Por falta de docentes qualificados em disciplinas muito específicas, a rede pública de ensino básico do Estado de São Paulo anunciou que terá de continuar utilizando professores temporários em 2011. A informação revela as dificuldades que as autoridades educacionais paulistas vêm enfrentando para tentar melhorar a qualidade da educação fundamental e média, mediante o aumento do número de professores selecionados em concurso público pelo critério de mérito.
Vejam que as dficuldades que as autoridades educacionais vêm enfrentando se deve à falta de docentes qualificados, ou seja, as autoridades educacionais tentam melhorar a qualidade da educação, mas os professores desqualificados, não ajudam.
ainda do O Estado de São Paulo
Dos 181 mil docentes temporários que se submeteram a um exame de avaliação preparado pela Unesp e aplicado em dezembro de 2009, cerca de 88 mil não alcançaram a nota mínima para lecionar. Ou seja, quase metade dos candidatos foi reprovada, não tendo acertado metade das 80 questões. Isso deixa claro por que a categoria se recusou a ser avaliada quando a medida foi adotada pelo então governador José Serra, em 2008.
Aqui, a "informação" esclarece porque os incompetentes professores paulistas não aceitaram a avaliação proposta pelo benevolente, e amigo da educação, José Serra em 2008. Porém a "informação" não deixa claro que houve resistência da APEOESP, a essa avaliação, pois o que queria o benevolente, era dividir ainda mais a categoria do professores com a sua ridícula política de bônus por mérito.
Continua o Jornal, O Estado de São Paulo:
No último concurso de ingresso para o magistério público, os resultados foram tão decepcionantes quanto os da prova de avaliação dos docentes temporários. Dos 261 mil inscritos, apenas 52.839 ? 22,8% do total ? conseguiram obter a nota mínima de aprovação. Na disciplina de artes, 82% dos 13.003 candidatos foram reprovados. E, dos 29.519 docentes que disputaram as vagas de educação física, 78,8% não obtiveram a nota mínima.
Em língua portuguesa, a taxa de aprovação foi 18,1%. Em biologia, ela foi de 20,4%; em história, atingiu 23,4%; em geografia, 32,3%; e em química, 33,2%. São médias muito baixas, que revelam a má qualidade dos cursos de licenciatura. Eles despejam anualmente no mercado milhares de bacharéis sem preparo teórico e sem treinamento pedagógico para lecionar na área em que se especializaram, o que é absurdo. Que tipo de atividade didática esperar de quem não conhece a disciplina que pretende ensinar?
A taxa mais alta de aprovação foi em inglês, onde 43,6% dos candidatos obtiveram a nota mínima de aprovação. As situações consideradas críticas pelas autoridades educacionais ocorreram nas disciplinas de matemática e de física. Em matemática foram reprovados 89,3% dos 27.308 professores que participaram do concurso de ingresso. E, em física, a reprovação foi de mais de 93%, motivo pelo qual só puderam ser preenchidos 304 dos 941 cargos levados a concurso. Por causa disso, a Secretaria da Educação terá de fazer o que não queria: convocar temporários, para evitar falta de professores da disciplina nos colégios estaduais.
Continuam "informando" que no último concurso público para professores, ficou escancarada a incompetência desses professores mal formados. Não informam, porém, que esse concurso parece ter sido elaborado com esse propósito: mostrar a incompetência dos professores. Entre todos os professores que prestaram esse concurso a impressão era unânime: fizeram uma prova que nem mesmo os cardeias da Secretária Estadual de Educação conseguiriam se sair bem, tamanho o grau de dificuldade. "Informam" ainda, que como as autoridades educacionais de São Paulo já sabiam que o desempenho dos professores seria medíocre, já pensaram numa "escolinha" para os aprovados no concurso, antes que esses "incompetentes" entrem em sala de aula.
É óbvio que eles já sabiam do desempenho dos professores no concurso, fizeram a prova com o único propósito de desmoralizar a categoria."
ainda do mesmo jornal O Estado de São Paulo
Como as autoridades educacionais já estimavam que fosse baixo o nível médio de preparo dos candidatos ao magistério público, os candidatos aprovados passarão por uma Escola de Formação de Professores, entre agosto e novembro. Depois do curso, esses professores terão de se submeter a um novo exame e somente os que forem aprovados lecionarão na rede escolar pública, a partir de 2011.
Dependendo dos resultados dessa prova, a Secretaria da Educação poderá ter de chamar um número ainda maior de docentes temporários, em 2011. Isso seria um retrocesso na política de melhoria da qualidade do ensino público no Estado.
Para sair desse círculo vicioso há duas estratégias complementares. A primeira é de alçada do governo estadual e consiste em investir na formação continuada do professorado, como prevê a lei que obriga os docentes da rede escolar estadual a cursar uma Escola de Formação, antes de assumir uma sala de aula, e que autoriza o governo a conceder bolsas de estímulo para o professor que fizer cursos de especialização e atingir metas prefixadas.
Neste trecho da "informação", a primeira proposta para resolver o problema:
investir na formação continuada do professorado.
Temos que nos perguntar:
Quem capacitará esses professores malformados?
A Consultoria que distribui este boletim CADEC?
As Faculdades que formaram ( mal) os professores medíocres?
As Faculdades autorizadas a funcionar aos quilos quando o Sr. Paulo Renato Souza era ministro de educação do governo FHC?
ainda do Estadão:
A segunda estratégia é de alçada da União e consiste em cobrar mais rigor dos cursos de licenciatura e criar um padrão mínimo de qualidade para que possam continuar funcionando. Como estes são baratos, uma vez que os gastos são apenas com giz e biblioteca, foi por meio deles que a iniciativa privada se expandiu no âmbito do ensino superior, a partir da década de 1990. Eles cobram mensalidades baixas, mas são muito fracos, o que sobrecarrega as Secretarias da Educação com atividades de formação e treinamento.
A segunda proposta estratégica é esclarecedora:
A União deverá cobrar mais rigor dos cursos de licenciatura, autorizados aos quilos pelo atual secretário de educação de São Paulo à época que era Ministro da Educação.
Mas se esse sr. e seu partido o PSDB, foi irresponsável autorizando o funcionamento desses cursos, como confiar em sua competência para consertar a cáca que fizeram no governo FHC?
Finalmente, gostaria de esclarecer que as pessoas ligadas a essa consultoria que edita o tal boletim CADEC, com notícias depreciativas sobre os professores, compiladas da grande imprensa ( aliás fiquei em dúvida se é a imprensa que alimenta o boletim do CADEC ou se é o CADEC que alimenta a imprensa), fazem parte da associação dos mantenedores de escolas particulares.
Nada de mais, mas parece que fica bastante claro os objetivos do PSDB e de seus aliados: demoralizar, desqualificar professores da rede pública,para que a privada venha nos salvar desses incompetentes.
Em tempo: a situação da falta de professores na rede estadual paulista é tão grave, que todas as portarias restritivas baixadas pela SEE para contaratação de professores, estão sendo esquecidas.
As Diretorias de Ensino estão chamando todos os professores, os "incompetentes" para pegar aulas nas escolas estaduais.
Apertaram tanto a mão que a situação está escapando pelo meio dos dedos.
Resultado da eficiência administrativa e do choque de gestâo tucano. Tweet
Postado por
La Pasionaria
às
14:08
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Educação/ campanha p/desmoralizar professores e escolas públicas.
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