sexta-feira, 21 de maio de 2010

Falcões e urubus de guerra e a ousadia moral de Lula


“Se eu tivesse que fazer uma lista de seis livros a serem preservados quando todos os outros fossem destruídos, certamente colocaria Viagens de Gulliver entre eles.”
George Orwell: Politics vs Literature

Consagração de Lula
Qualquer marqueteiro de meia-tigela teria dito: Presidente, o senhor tem quase 80% de popularidade, esta história de Irã não vai lhe dar nem um por cento a mais, mas pode fazê-lo perder muito, muito mais". Pensem, e vejam se não é verdade. Mas Lula cumpriu seu dever, expôs-se e saiu engrandecido, como o Brasil e, principalmente, o seu povo saiu mais informado e lúcido sobre questões que um país que era um "gigante-anão" no mundo jamais teve coragem de abordar.www.tijolaco.com

“Está assinado, selado, carimbado, o documento que significa para o Brasil a maior conquista diplomática da sua história”. Lula enfrentou os poderosos e sinistros lobbies armamentistas, que tinham como porta-voz Hillary Clinton, secretária de Estado do governo Obama, e conseguiu realizar uma incrível façanha: persuadiu Mahmoud Ahmadinejad, o desconfiado presidente iraniano, a assinar o acordo nuclear que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia exigido. Parte do urânio do Irã será armazenada na Turquia. E o Brasil ocupa, novamente, as manchetes de todos os jornais do planeta com uma boa notícia. Lula é o novo campeão da paz.
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Durante todo o recente périplo de Lula no exterior, autoridades e imprensa americanas procuraram desacreditar o esforço brasileiro para encontrar uma alternativa às sanções, que trazem sofrimento ao povo iraniano, e fecham ainda mais o regime, tornando-o mais rancoroso e, portanto, mais aberto a idéias de vingança, terrorismo e guerra.

Lula e os diplomatas brasileiros enxergaram, na escalada de agressões verbais contra o Irã, uma atmosfera de intolerância similar ao que ocorreu no Iraque.
Essa história de que seria "improvável" um ataque americano ao país é balela,
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Com esse acordo, Lula venceu uma queda de braço com os falcões da guerra, cujas articulações para desestabilizar o Irã começaram já no dia da vitória de Ahmadinejad.
http://oleododiabo.blogspot.com/

Estados Unidos, falcões de guerra. Brasil, urubus de guerra
Os desejos virulentos da antiga imprensa brasileira
Nas horas seguintes aos primeiros anúncios do acordo com o Irã, começaram a surgir vozes e textos tentando diminuir ou simplesmente desqualificar o feito alcançado. A pressa era compreensível. Dias antes, o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, havia dito durante uma entrevista em Porto Alegre, que jamais receberia ou se reuniria, caso fosse eleito, com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. A diferença de horizonte expõe o tamanho, a qualidade da visão e o compromisso de quem fala. Mas, se a visão é curta, por um lado, é crescentemente virulenta, por outro. E o grau dessa virulência parece ser proporcional aos acertos do governo brasileiro.
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A diferença de horizonte só expõe o tamanho, a qualidade da visão e o compromisso de quem fala. Mas, se a visão é curta, por um lado, é crescentemente virulenta, por outro. E o grau dessa virulência parece ser proporcional aos acertos do governo brasileiro. Dois dias após o anúncio do acordo, o jornal Zero Hora comemorava com um destaque de capa: “EUA atropelam acordo de Lula”. O desejo virulento do atropelamento pelo menos foi transparente quanto ao alvo: o Lula. É disso que se trata.
Editorial - Carta Maior

“De qualquer forma, os urubus daqui estão subestimando ridiculamente o impacto que a façanha brasileira causou no mundo”. Eles se apegam somente a manifestações da Mrs. Clinton, que representa justamente os interesses que o Brasil deliberadamente contrariou.
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Na guerra do Iraque, eu assisti a imprensa enganar toda a comunidade intelectual americana, inclusive a blogosfera de esquerda. Todo mundo comeu na mão de figurinhas sinistras como Paul Wolfowitz. O poder de comunicação do lobby armamentista e petroleiro é impressionante
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Os iranianos viraram terroristas! Há um aspecto maligno na natureza humana que gosta de sangue, de guerra, de violência. Até pouco tempo, todo mundo sentia compaixão pelos iranianos, por causa de seus problemas políticos, agora as mesmas pessoas os consideram terroristas e defendem sanções que levarão sofrimento e miséria para milhões de seres humanos.

O assunto promete muitas emoções nos próximos dias. Eu estarei aqui, guerreiro liliputiano, enfiando minha lança verbal, freneticamente, no pé desse Leviatã medonho, que não de destruir o mundo “http://oleododiabo.blogspot.com/

As Viagens de Gulliver

O autor
Jonathan Swift, um dos maiores prosadores de todos os tempos, nasceu em Dublin, na Irlanda, em 1667. Aos vinte e dois anos, na Inglaterra, empregou-se como secretário de um diplomata, com o qual viria a se desentender. Em 1694, voltou à Irlanda e se tornou sacerdote. Morreu em 1745, mentalmente abalado. Foi enterrado na catedral de que era deão. Seu epitáfio, por ele mesmo redigido em latim, diz: "Aqui jaz o corpo de Jonathan Swift, deão desta catedral, onde a feroz indignação já não pode mais dilacerar seu coração. Vai, viajante, e imita, se puderes, um homem que era intrépido defensor da liberdade”. Desde seus primeiros trabalhos, dedicou-se a uma sátira contundente contra o que lhe parecia ridículo, perverso ou tirânico.
As Viagens de Gulliver é um livro político, onde se utilizam instrumentos da fantasia, do fantástico e mesmo, por vezes, da ficção científica, para um ataque sem dó nem piedade a todos os vícios da estrutura social vigente nas Ilhas Britânicas do fim do século XVIII, tão semelhante em tantas coisas à estrutura social vigente hoje em dia em toda a Europa Ocidental e no mundo europeizado. Swift não tem contemplações e desmascara todos os vícios, todas as injustiças, todas as hipocrisias, todas as pequenas e grandes crapulices dos seus (e dos nossos) contemporâneos. E usa os mundos que inventa como termo de comparação

O livro
A narrativa inicia-se com o naufrágio do navio onde Gulliver seguia. Após o naufrágio ele foi arrastado para uma ilha chamada Lilliput. Swift apresentou-a como parte de um arquipélago com Blufescu, algures no Oceano Índico.
Gulliver rodeado pelos lilliputeanos
Nessa ilha a personagem principal deparou-se com a população de pessoas minúsculas (com menos de seis polegadas de altura), chamadas lilliputeanos, que o tomaram por gigante. Estavam constantemente em guerra por futilidades.
Foi através dos lilliputianos que Swift demonstrou a realidade inglesa e francesa da época.
Na segunda parte, Gulliver conheceu Brobdingnag.Em contraposição a Liliput, na terra de Gigantes é que Gulliver percebe a Dimensão da mediocridade da sociedade inglesa diante da "grandeza" dos habitantes.
Já na terceira parte Na ilha Flutuante de Laputa, Swift criticou a Royal Society, a administração inglesa na Irlanda e a imortalidade, através da descrição dos habitantes dos países por onde Gulliver passou, com alienados cientistas, é uma feroz crítica ao pensamento cientifico que não traz benefícios para a humanidade.
Na última viagem Gulliver encontrou os Houyhnhm, uma raça de cavalos que possuía muita inteligência, que representavam os ideais iluministas da verdade e da razão. Os Houyhnhm temiam que alguém dos Yahoo (uma raça imperfeita de um tipo de "humanos") movidas por instintos primitivos, se tornasse culto, satirizando a raça humana. Gulliver vê a humanidade como yahoos e toma nojo do ser humano.
Finalmente Gulliver regressou a Inglaterra para ensinar aos outros as virtudes que aprendera com os Houyhnhm.

As Viagens de Lula (ao Irã)
No ano passado, na ONU, Obama pediu uma nova era de responsabilidade compartilhada. “Juntos, precisamos construir novas coalizões que superem nossas divisões”, declarou. Turquia e Brasil responderam - e foram esnobados. Obama fez suas próprias palavras iluminadas parecerem vazias. (Roger Cohen, no Herald Tribune)

Mas a execrável Folha, arauto tupiniquim de sabujos de nossa Pátria, insistindo em mostrar a sua alma emperdenida, publica hoje (21/05/2010) um artigo de Andres Oppenheimer, morador lá de Miami, que fala a um público de ultradireita do sul racista americano e que costuma cuidar da vida do Brasil e não ver a própria trave no olho.O texto, deplorável, de sua autoria: Diz que Lula devia se concentrar em resolver o conflito entre Argentina e Uruguai em torno de uma fábrica de celulose e por aí vai com outras asneiras.

De como exercer a ousadia moral
Para Obama, Folha e demais congêneres e, para quem mais quiser refletir

"Na última viagem Gulliver encontrou os Houyhnhm, uma raça de cavalos que possuía muita inteligência, que representavam os ideais iluministas da verdade e da razão. Os Houyhnhm temiam que alguém dos Yahoo (uma raça imperfeita de um tipo de "humanos") movidas por instintos primitivos, se tornasse culto, satirizando a raça humana.in As Viagens de Gulliver

“a presença do Brasil começa a impor-se no cenário internacional”. Não temos armas atômicas, não dispomos de exércitos numerosos e bem equipados, mas somos chamados a manter o bom-senso, e manter o bom-senso é exercer a ousadia moral

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Digam o que disserem os quislings domésticos, o Brasil ganhou o respeito do mundo ao buscar a paz no Oriente Médio. “Se contribuirmos para evitar o conflito, nosso será o mérito; se não houver o êxito, fica, na História, o testemunho de um esforço destemido e honrado – e não menos meritório”. htpp://www.viomundo.com.br/voce-escreve/de-como-exercer-a-ousadia-moral.html

“Vai, viajante, e imita, se puderes, um homem que era intrépido defensor da liberdade”. (epitáfio de Jonathan Swift).

Homenagem musical para os mensageiros da paz

Gulliver Suite – Georg Philipp Telemann
O compositor alemão Georg Philipp Telemann compôs uma suíte para violinos, a "Gulliver Suite." Os cinco primeiros movimentos são "Intrada," "Chaconne of the Lilliputians," "Gigue of the Brobdingnagians," "Daydreams of the Laputians and their attendant flappers, " e "Loure of the well-mannered Houyhnhnms & Wild dance of the untamed Yahoos." Telemann compôs essa suíte em 1728, apenas dois anos após a publicação do livro.


7 comentários:

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

Os interesses do Império e os nossos
21/05/2010
Mino Carta

Corrigir |Imprima |Envie por e-mail |Adicione aos favoritos | RSS |Fale conoscoAo ler os jornalões na manhã de segunda 17, dos editoriais aos textos ditos jornalísticos, sem omitir as colunas, sobretudo as de O Globo, me atrevi a perguntar aos meus perplexos botões se Lula não seria um agente, ocidental e duplo, a serviço do Irã. Limitaram-se a responder soturnamente com uma frase de Raymundo Faoro: “A elite brasileira é entreguista”.

Entendi a mensagem. A elite brasileira aceita com impávida resignação o papel reservado ao País há quase um século, de súdito do Império. Antes, foi de outros. Súdito por séculos, embora graúdo por causa de suas dimensões e infindas potencialidades, destacado dentro do quintal latino-americano. Mas subordinado, sempre e sempre, às vontades do mais forte.

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

Para citar eventos recentíssimos, me vem à mente a foto de Fernando Henrique Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante.

Não pretendo aqui celebrar o êxito da missão de Lula e Erdogan. Sei apenas que em país nenhum do mundo democrático um presidente disposto a buscar o caminho da paz não contaria, ao menos, com o respeito da mídia. Aqui não. Em perfeita sintonia, o jornalismo pátrio enxerga no presidente da República, um ex-metalúrgico que ousou demais, o surfista do exibicionismo, o devoto da autopromoção a beirar o ridículo. Falamos, porém, é do chefe do Estado e do governo do Brasil. Do nosso país. E a esperança da mídia é que se enrede em equívocos e desatinos.

Não há entidade, instituição, setor, capaz de representar de forma mais eficaz a elite brasileira do que a nossa mídia. Desta nata, creme do creme, ela é, de resto, o rosto explícito. E a elite brasileira fica a cada dia mais anacrônica, como a Igreja do papa Ratzinger. Recusa-se a entender que o tempo passa, ou melhor, galopa. Tudo muda, ainda que nem sempre a galope. No entanto, o partido da mídia nativa insiste nos vezos de antanho, e se arma, compacto, diante daquilo que considera risco comum. Agora, contra a continuidade de Lula por meio de Dilma.

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

Imaginemos o que teriam estampado os jornalões se na manhã da segunda 17, em lugar de Lula, o presidente FHC tivesse passado por Teerã? Ele, ou, se quiserem, uma neoudenista qualquer? Verifiquem os leitores as reações midiáticas à fala de Marta Suplicy a respeito de Fernando Gabeira, um dos sequestradores do embaixador dos Estados Unidos em 1969. Disse a ex-prefeita de São Paulo: por que só falam da “ex-guerrilheira” Dilma, e não dele, o sequestrador?

A pergunta é cabível, conquanto Gabeira tenha se bandeado para o outro lado enquanto Dilma está longe de se envergonhar do seu passado de resistência à ditadura, disposta a aderir a uma luta armada da qual, de fato, nunca participou ao vivo. Nada disso impede que a chamem de guerrilheira, quando não terrorista. Quanto a Gabeira, Marta não teria lhe atribuído o papel exato que de fato desempenhou, mas no sequestro esteve tão envolvido a ponto de alugar o apartamento onde o sequestrado ficaria aprisionado. E com os demais implicados foi desterrado pela ditadura.

Por que não catalogá-lo, como se faz com Dilma? Ocorre que o candidato ao governo do Rio de Janeiro perpetrou outra adesão. Ficou na oposição a Lula, primeiro alvo antes de sua candidata. Cabe outro pensamento: em qual país do mundo democrático a mídia se afinaria em torno de uma posição única ao atirar contra um único alvo? Só no Brasil, onde os profissionais do jornalismo chamam os patrões de colegas.

Até que ponto o fenômeno atual repete outros tantos do passado, ou, quem sabe, acrescenta uma pedra à construção do monumento? A verificar, no decorrer do período. Vale, contudo, anotar o comportamento dos jornalões em relação às pesquisas eleitorais. Os números do Vox Populi e da Sensus, a exibirem, na melhor das hipóteses para os neoudenistas, um empate técnico entre candidatos, somem das manchetes para ganhar algum modesto recanto das páginas internas.

Recôndito espaço. Ao mesmo tempo Lula, pela enésima vez, é condenado sem apelação ao praticar uma política exterior independente em relação aos interesses do Império. Recomenda-se cuidado: a apelação vitoriosa ameaça vir das urnas.

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

05/2010 -Irã e a sinuca de Obama
Por Neves
Fiasco, disse ontem o editorial do Wall Street Journal para, desesseis meses da “diplomacia” de Obama enterrada no episódio. Descreve a secretária de estado, como a alguém que saiu de um jogo de poquer sem roupa. O aceno dela de um “esboço” de plano de sanções soa como, manobra de biruta de aeroporto.

O WSJ reconhece o acordo assinado em Teerã como invenção do governo americano, em outubro passado, após nove meses de enganjamento de Obama na questão iraniana. O plano estava na mesa, nem o Itamaraty e nem os turcos inventaram nada, apenas “convenceram” o Irã a aceitar o plano que haviam rejeitado antes. As duas chancelarias não poderiam fazer diferente. Não houve oposição ou desautorização pública prévia às negociações turco-brasileiras, que sabiam em andamento, nem das autoridades americanas ou de qualquer outro país envolvido, nem sequer Israel, pelo contrário, houve incentivo da parte de Washington.

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

Para o jornal, a decisão iraniana de aceitar o acordo é um golpe, dá o título de “Golpe Nuclear do Irã” ao seu editorial. Brasil e Turquia ofereceram um escudo político para Teerã: a solução diplomática, tida como um dos princípios de política externa mais importantes do próprio presidente Obama, que agora se volta contra ele. O jornal deixa claro também que Lula foi encorajado por Washington, pois era desejo do EUA receber apoio unânime no Conselho de Segurança, onde o Brasil e Turquia terão assento. Confirmada a recusa, eles mostrariam o plano de sanções esboçado, com chances enormes de aprovação por unanimidade, face ao fracasso brasileiro. Madame Clinton apostou que Lula voltaria de mãos abanando e acabou pendurada no pincel, ou seja, no esboço do seu plano de retaliações, sem uma escada de legitimidade. Ela está mais perdida do que cachorro caído da mudança dos aiatolás.

O acordo assinado é proposição americana, se dizem limitado, porque só agora fazem indagações que não fizeram quando o apresentaram? Então eles fariam hoje, as mesmas perguntas, se a assinatura ocorresse em outubro, e levariam adiante seu plano de sanções. Isso dá a impressão de uma escalada e desprezo pela ação diplomática. Se o EUA considera sua própria proposta de acordo insuficiente, nada garante que amanhã venha considerar seu plano de sanções insatisfatório. Depois, virá o que, a humanidade está interessada nesse porvir?

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

Para o jornal, a decisão iraniana de aceitar o acordo é um golpe, dá o título de “Golpe Nuclear do Irã” ao seu editorial. Brasil e Turquia ofereceram um escudo político para Teerã: a solução diplomática, tida como um dos princípios de política externa mais importantes do próprio presidente Obama, que agora se volta contra ele. O jornal deixa claro também que Lula foi encorajado por Washington, pois era desejo do EUA receber apoio unânime no Conselho de Segurança, onde o Brasil e Turquia terão assento. Confirmada a recusa, eles mostrariam o plano de sanções esboçado, com chances enormes de aprovação por unanimidade, face ao fracasso brasileiro. Madame Clinton apostou que Lula voltaria de mãos abanando e acabou pendurada no pincel, ou seja, no esboço do seu plano de retaliações, sem uma escada de legitimidade. Ela está mais perdida do que cachorro caído da mudança dos aiatolás.

O acordo assinado é proposição americana, se dizem limitado, porque só agora fazem indagações que não fizeram quando o apresentaram? Então eles fariam hoje, as mesmas perguntas, se a assinatura ocorresse em outubro, e levariam adiante seu plano de sanções. Isso dá a impressão de uma escalada e desprezo pela ação diplomática. Se o EUA considera sua própria proposta de acordo insuficiente, nada garante que amanhã venha considerar seu plano de sanções insatisfatório. Depois, virá o que, a humanidade está interessada nesse porvir?
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/19/ira-e-a-sinuca-de-obama/#more-62566

Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra disse...

Irã faz sua parte e entrega acordo à agência da ONU
maio 24
Ali Salehi levou a carta do Irã a Yukiya Amano, da Agência Atômica da ONU
Podia até não ter acontecido, diante da brutal reação dos Estados Unidos em apresentar um projeto de novas sanções no mesmo dia em que o Irã anunciava, com Brasil e Turquia, um acordo para renunciar ao direito a seu próprio urânio, depositá-lo em outro país e só receber a quantidade de combustível suficiente para seu pequeno reator e demais pesquisas científicas e médicas.

Mas aconteceu. O país asiático cumpriu o que foi acordado com brasileiros e turcos e acaba de entregar, segundo a BBC, uma carta com os termos negociados à Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU. A AIEA confirma ter recebido, agora de manhã, o documento. A entrega deu-se na Áustria, sede da Agência, depois de uma reunião na manhã de hoje.

As autoridades de Irã, Brasil e Turquia entregaram a Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA, a carta assinada pelo chefe da organização de energia atômica iraniana, Ali Akbar Salehi.

O documento, agora, será examinado pelos EUA. Embora os americanos estejam pouco se importando com o acordo, ao ponto de terem formalizado o pedido de sanções sem sequer esperar para lê-lo, esta era a única condição que faltava para que as exigências que os EUA apresentavam alguns meses atrás – inclusive em carta de Barack Obama a Lula – fossem atendidas.

Mas o lobo e suas razões…. Tijolaço