sexta-feira, 4 de junho de 2010

Valores puros versus ambição e os limites da irresponsabilidade

“Poucos vêem o que somos, mas todos vêem o que aparentamos”
Maquiavel
Metáfora dos valores puros versus ambição
Ponto de partida: As Sete Faces Do Dr. Lao, filme que é uma metáfora dos valores puros versus ambição
As Sete Faces Do Dr. Lao -


Sinopse: Mágico chinês monta circo em pequena cidade do Velho Oeste, ameaçada pela ganância de homem rico e desonesto. Uma metáfora dos valores puros versus ambição.
Diretor: George Pal
Elenco: Tony Randall (1), Barbara Eden (1), Arthur O'Connell, John Ericson, Noah Beery Jr., Lee Patrick, Minerva Urecal, John Qualen, Frank Kreig, Peggy Rea, Eddie Little Sky, Royal Dano, Argentina Brunetti, John Doucette, Dal McKennon
Audio: Ingles - Legenda; Portugues

PSDB, no limite da irresponsabilidade
*Izaías Almada

Há qualquer coisa de sinistro na figura do candidato José Serra. Não digo isso com qualquer intenção de atacar gratuitamente um candidato à presidência da República, nem para fazer coro com os que, com ou sem razão, tentam desprestigiá-lo. Devo confessar que nunca prestei muita atenção ao homem público José Serra, mas desde que ficou evidente a sua obstinação em ser um dia presidente do Brasil, obstinação cada vez mais acentuada nos últimos anos, tornou-se impossível não acompanhar algumas das suas falas, das suas atitudes ou mesmo de seus atos como administrador. É o mínimo que um eleitor pode e deve fazer.
O fato de um dia ter sido considerado um homem de esquerda e hoje construir o seu discurso mais ao gosto do conservadorismo de vários matizes não é o que mais impressiona. A História está cheia de exemplos de pessoas que passaram de um extremo ao outro no arco da ideologia e de sua representação em termos de política partidária. Temos no Brasil dois exemplos emblemáticos dessa migração de idéias ou de ideais, para ser mais preciso: Carlos Lacerda e Dom Helder Câmara.


Não. O que verdadeiramente impressiona e chama a atenção no atual candidato do PSDB à presidência, nesses últimos oito anos, pelo menos, é a dissintonia existente entre o que fala, como age e o que faz com os cargos políticos que ocupa ou aspira. Inventa dados (algumas entrevistas sobre economia), distorce fatos (entrevistas sobre enchentes em São Paulo), acusa sem provas (diz que o governo da Bolívia facilita o envio de cocaína para o Brasil), mente (sobre completar o mandato na prefeitura de São Paulo), age às escondidas (os blogs de baixaria contra a candidatura de ministra Dilma Rousseff) e – o que me parece bem grave – quando confrontado com um dado concreto da realidade, como a epidemia da gripe suína, por exemplo, faz categóricas afirmações destituídas de um mínimo de conhecimento sobre o qual foi questionado, beirando ao ridículo (Serra afirmou em entrevista que para se evitar a gripe suína bastaria a pessoa não ter contato muito próximo com os porquinhos).

A tal ponto José Serra vai se enveredando por um caminho político tortuoso, que já é possível identificar aqui e ali alguns sintomas do seu destempero. Um jornalista equilibrado como Luiz Nassif assim se expressou recentemente em seu blog: “Serra tem um monte de defeitos, mas o que anda dizendo não bate com seu histórico. Sempre foi um sujeito cartesiano, dono da boa opinião. Por tal, entenda-se a capacidade de assimilar conceitos inovadores divulgados pela mídia. Nunca foi de se aprofundar em nenhum tema, de assimilar nenhum conceito mais complexo – não por falta de capacidade, mas de gosto. Fora os temas das contas públicas – para os quais tem dois excelentes professores, o José Roberto Afonso e o Mauro Ricardo e de comércio exterior – não se conhece uma área em que tenha aprofundado os estudos. Mas o que anda dizendo, o linguajar chulo, as bobagens diplomáticas não batem com seu histórico de sujeito racional.”

Nassif é um homem educado, vê-se logo. Deve saber muito bem o que está falando nas linhas e nas entrelinhas. O assessor presidencial Marco Aurélio Garcia afirmou ainda que Serra "deveria ser mais prudente" em suas declarações, que não são compatíveis com as suas "aspirações" ao cargo de presidente.

Colocado no palco da disputa eleitoral mais importante da sua vida, o que não é segredo para ninguém, a impressão que fica é a de que José Serra tem mais ambição do que competência. Tem mais vontade do que discernimento. Não é um homem preparado para a função que almeja, ao contrário do que prega. E aqui volto à abertura do artigo, o lado sinistro de Serra. Por que toda essa obsessão em fazer uma coisa para a qual não está preparado. O que Serra pensa? Qual sua visão do mundo atual? Qual seu programa de governo? Perguntas simples, mas que cada vez mais se tornam difíceis de serem respondidas pelo candidato da oposição.

José Serra parou no tempo. Vive, para dizer o menos, nos anos 80 e não percebeu que o mundo mudou de século. Que o Brasil mudou de norte. Que a vida se faz com alegria e entrega, com solidariedade, e não com acusações e cara amarrada. Com respeito e não com inveja. Serra representa um retrocesso perigoso para um país que, a duras penas, vai tentando organizar sua economia e aplicar melhor seus recursos em programas sociais. Quem insiste em não enxergar esse quadro, como Serra, está no limite do suicídio político, pois não distingue a realidade dos seus desejos interiores.

Parafraseando um ilustre membro do governo FHC durante a entrega de boa parte do patrimônio nacional às empresas privadas nos oito anos de seu mandato: José Serra está no limite da irresponsabilidade.
*Izaías Almada. é jornalista e escritor
http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/izaias-almada-psdb-no-limite-da-irresponsabilidade

O que Dante Alighieri nos ensina
Divina Comédia

Canto I "Quando eu me encontrava na metade do caminho de nossa vida, me vi perdido em uma selva escura, e a minha vida não mais seguia o caminho certo".




Sobre o inferno
...
De acordo com Dorothy Sayers, as imagens assustadoras que se refletem no inferno "não são diabos ou almas perdidas, mas as imagens de apetites pervertidos, e vivem nos círculos apropriados à sua natureza.".
O inferno é o lugar daqueles que, em vida, transformaram o mundo humano em um não-lugar de convivência e de perfeição. Para Dante, portanto, o inferno é o lugar do pagamento daqueles que por vaidade, egoísmo ou paixão desmedida por causa própria foram incapazes de equilibrar a fé (representada por Beatriz) e a razão (representada por Virgílio) para uma "alma digna". A morte de Beatriz, e logo depois a obrigação em ter que sair de sua cidade, foi a própria experiência do inferno para Dante.

...
A visão mítica do inferno, em tese, é a daquele lugar inóspito, de trevas e cheio de dores e desesperanças. Causas provocadas pela vaidade, desonestidade, falta de fé, virtude, honra e indecisão. Em meio à crise que vela Dante, durante a passagem do purgatório até o inferno, ele descobre a saída no paraíso como lugar de gozo e realização da humanidade e esse fio de esperança encontra-o na memória "viva" de Beatriz. Assim, uma boa parte de intelectuais da alta Idade Média via o amor como o molde ideal para a perfeição paradisíaca do homem. O inferno seria, assim, o castigo para quem não consegue ser capaz de alcançar a plena satisfação das dádivas que o céu proporciona. Portanto, a viagem mítica de Dante pelos lugares eternos só é possível se a razão cede espaço para a fé. Sem honra, esperança e temperança a vida tende a se tornar o pior dos lugares, ou seja, um verdadeiro inferno.
José Osimar Gomes de Lima professor de Ciências Políticas no Departamento de Ciências Sociais da Uern e pesquisador na linha da Antropolítica e Complexidade.
http://www2.uol.com.br/omossoroense/180502/arteideias.htm

0 comentários: