Enquanto a mídia nacional noticia as investigações sobre a morte da advogada Mércia Nagashima, em São Paulo, e o desaparecimento de Elisa Samudio, cuja suspeita de assassinato recai sobre o goleiro Bruno, do Flamengo, a mídia alternativa (Adital – Agência de Informação Frei Tito para América Latina) publica matéria dando conta de que, somente no primeiro semestre deste ano, 27 mulheres foram mortas na Paraíba. No mesmo período do ano passado, foram 26 mulheres assassinadas.
Desde o ano passado, os diferentes Movimentos de Mulheres, em parceria com organismos de políticas para mulheres e serviços de atendimento a vítimas de violência, criaram uma Frente pelo Fim da Violência contra as Mulheres na Paraíba. Essa Frente vem realizando mobilizações permanentes a cada mês para sensibilizar a população, denunciar os assassinatos, expressar a indignação e exigir das autoridades a aplicação da Lei Maria da Penha.
Os parentes das vítimas são convidados a participar das mobilizações, durante as quais a população feminina é incentivada a denunciar os agressores através do Disque 180 e do Centro de Referência da Mulher de João Pessoa no telefone 0800-283-3883.
O movimento quer ampliar a compreensão de que a violência doméstica não é um problema de cada mulher, mas é um problema social que precisa ser enfrentado pelos poderes públicos com políticas eficazes.
Pressionando os juízes
Outra ação desta frente é garantir uma presença ostensiva quando acontece uma sessão de julgamento, com a intenção de pressionar os juízes a fim de que não sejam complacentes e omissos.
Por ocasião da última mobilização, que aconteceu na semana passada - no dia 15 de julho -, 27 mulheres vestiram mortalhas de cor lilás com a inscrição dos nomes das vítimas e a data em que foram assassinadas e segurando, cada uma, uma cruz, seguiram em fila indiana do centro de João Pessoa até o Tribunal de Justiça (TJ). Esse grupo foi acompanhado por um número significativo de pessoas solidárias e de mulheres dos movimentos, que iam entregando panfletos e conversando com as pessoas sobre a tragédia da violência contra as mulheres.
A Frente pelo Fim da Violência contra as Mulheres na Paraíba vai continuar a marcar presença cada mês em algum ponto da cidade, gritando "não" à violência e "sim" a uma vida sem violência! e denunciando a omissão das autoridades locais, o machismo, o sexismo e o racismo que naturalizam a violência perversa e criminosa.
Violência maior e menores
Os assassinatos ocorrem sempre com a mesma crueldade, não basta matar é preciso esquartejar, ocultar o cadáver, jogá-lo dentro de um poço etc. E os assassinos? São os mesmos: maridos, namorados e parceiros na maioria absoluta dos casos, alguém com quem a mulher mantém ou manteve algum vínculo afetivo. Isso significa que, mesmo que as mulheres ponham um fim no relacionamento, não estarão livres da violência. E a impunidade continua.
O assassinato é a expressão máxima da violência doméstica cometida contra as mulheres. Mas, a cada mês, cerca de 20 mulheres, vítimas de agressões físicas e verbais, são atendidas na Delegacia especializada da Mulher em João Pessoa. Esse número de atendimentos não reflete a real situação do Estado, pois muitas mulheres, por medo, permanecem em silêncio porque possuem vínculos afetivos e/ou dependência econômica de seus agressores. Para aquelas que moram no interior do Estado, os obstáculos são ainda maiores.
Fonte: Adital
Uma homenagem às mulheres da Paraíba
Música:
Menina dos Olhos de Água
Pedro Barroso
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Fidel, líder ejemplar
Há 25 minutos
2 comentários:
Onde está a grande mídia?
Não deixe de ler excelente artigo sobre a Lei Maria da Penha e como eu entender porque até o presente, a Lei Maria da Penha tem sido ineficaz, pois a violência doméstica e familiar tem aumentado. Acesse o blog, comente e divulgue: www.valdecyalves.blogspot.com
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