quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Serra: niilista e canastrão?

O SENTIDO DE ÉTICA E PATRIOTISMO DE SERRA
( extraído do Afinsophia)

O signo linguístico sentido tem dois significados. Um, da ordem sensorial, o instrumento empírico para o conhecimento; e outro, da ordem do intelecto, a faculdade examinadora do primeiro, a produção empírica e, posteriormente, a formação de seu conceito. Ou seja, os dois sentidos são faculdades de confirmação da existência. Um captura a matéria sensorialmente e o outro confirma, intelectualmente, seu produto em forma de conceito.

O candidato da burguesia/ignara José Serra, em conluio com a imprensa acéfala, que, simbioticamente, se alimentam, depois que foi jogada em seus meios – não chega ao eleitor democrata que vota em Dilma – várias notícias, por eles chamadas de escândalos, procurando atingir o governo Lula e a candidata Dilma, e com isso a propagação delirante de que as instituições estão em perigo e, consequentemente, a democracia, derrotado, resolveu, decrepitamente, apelar através de seu talento canastrão em sua propaganda eleitoral.

Serra sugeriu que o Brasil precisa de ética e que ele é o único que a tem. Que falta de humor de Serra. Logo ele que é considerado o rei do dossiê, o “político” que mais preocupa quem se encontra ao seu lado com medo de que ele vire em sua direção sua bílis paranoica. Logo ele que, em sua rostidade, facilmente se lê seu alto grau de ressentimento, de ódio, de amargura e uma profunda necessidade de vingança. Um verdadeiro personagem niilista, como diz o filósofo Nietzsche.

Serra não sabe que ética é a arte de compor bons encontros, como afirma o filósofo Spinoza. Um encontro que implica corpos físicos, químicos, movimento, repouso, velocidade, lentidão, latitude e longitude, quantas e fluxos, como afirmam os filósofos Deleuze e Guattari. Ética não é preceito ou normas morais que se pode muito falar delas de acordo com o gosto do moralista. Ética não se fala, não se descreve, não se narra. Ética é um modus de ser que aumenta a potência de agir. Nada do modus niilista que Serra carrega. A vocação para o Não diante da vida. O que obstrui os sentidos sensorial e intelectual.

Para piorar, Serra tentou apelar para o espírito patriótico do eleitor brasileiro, usando trechos do Hino Nacional, com o intuito de afirmar que o Brasil corre perigo e que é preciso o povo se prontificar para defender a liberdade e a democracia. Uma forma perversa de chantagem cívica.

O mais ridículo em Serra é que, como ele é um péssimo canastrão, deve não ter conseguido estabelecer empatia com nenhum eleitor dado a sua dificuldade de pronunciar os versos da letra do Hino Nacional com a ênfase de um verdadeiro patriota que ele tentou apresentar. Serra só não ridicularizou o Hino Nacional porque o Hino está a milhões de anos luz de sua pobreza nacionalista. A pronúncia dos versos do Hino por Serra foram mais ausentes do que o canto de uma criança de cinco anos que ainda não atingiu o estágio lógico (Piaget) para compreender os significados epistemológicos dos conceitos da enunciação do Hino Nacional. O bom seria que os responsáveis pela campanha de Serra tivessem contratado seus amigos do Casseta e Planeta, os decrépitos de recado da Globo, para dirigir sua performance de canastrão.

Em síntese, como Serra carrega os sentidos sensorial e intelectivo obstruídos, definitivamente, está fora da política democrática brasileira. De certa forma é uma pena, visto que perdemos um personagem que nos causa frouxos risos.

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