Minha pequenez é do tamanho que você homem "imagina", sou mulher , sou guerreira, sou enorme, grito e me entristeço com você mulher, que se apequena quando se junta a eles para me julgar pequena.
BLOGUEIRAS INVISÍVEIS? CULPA NOSSA, DE QUEM MAIS?
Pode parecer que gosto, mas não gosto de lavar roupa suja em público. Só que considero este um debate importante demais pra ficar num só grupinho, o de sempre, só entre algumas blogueiras feministas. Temos um grupo de blogueiras feministas por email (do qual ando lamentavelmente faltosa, por não ter tempo), mas uma discussão sobre a ausência de mulheres nahistórica entrevista dopresidente Lula só está rolando prum grupinho. Acho injusto. Quero que tod@s participem.
Antes, um pouquinho de contexto. Gosto muito da Maria Frô, nick de ConceiçãoOliveira. Foi graças a ela, e só a ela, que fui chamada de última hora pra participar do Encontro de Blogueiros Progressistas. E isso depois de eu chiar muito pelo fato que praticamente todos os participantes de mesas e coordenações eram blogueiros homens. A Maria Frô tem um ótimo blog, atualizado diariamente, e é mais ativa ainda no Twitter. Mas, como ela faz parte da comissão dos Blogueiros Progressistas, defende com unhas e dentes esses blogueiros. Depois de um tempo, imagino, a pessoa para de achar estranho que esses blogueiros conheçam apenas duas blogueiras, ela e a outra Conceição. E sabem por que conhecem? Porque ambas escrevem pro Vi o Mundo, que pertence a um desses blogueiros.
Num email, ela disse que, se não somos chamadas, é porque nossos blogs têm um baixo número de visitas. Não somos nós que não somos representadas nesses eventos, são nossos blogs que não têm a popularidade desejada. Se quisermos ser chamadas, precisamos nos mexer. E citou o blog dela e outros dois (de homens) como exemplos de blogs que têm 500 mil page views (diferente de visitas) por mês.
É um pouco de miopia demais pro meu gosto. O blog dela tinha 500 mil page views antes d'ela entrar pro Vi o Mundo? Os outros dois blogs citados teriam tantos acessos se não fossem linkados a torto e a direito pelos blogs gigantes, aqueles com 4 milhões de page views por mês? Se esses blogs passassem a linkar blogs de mulheres, será que esses também não alcançariam 500 mil page views? Bom, abaixo está uma parte do email que respondi pra ela. A Cynthia, feminista que faz parte da blogosfera desde 2002, é que pediu pra que eu fizesse um post disso, porque ela acha que valoriza o meu trabalho e o de outras blogueiras:
"Pô, Conceição, vc conhece o meio! Sabe que tem muito blogueiro progressista machista pra caramba. Sabe que eles não conhecem blogs de mulheres. Sabe a visão que eles têm de blogs de mulheres. Pior que a visão que têm de blogs de mulheres, é a visão que têm de blogs feministas! Pra eles, feminismo não é político. É só um bando de histéricas reclamando de barriga cheia. SEMPRE que eles falam de feminismo, eles derrapam feio, mostram uma visão preconceituosa, provam que não etendem nada do assunto. E não querem aprender, não. Isso de só convidarem blogueiros (tirando as duas únicas blogueiras que eles conhecem) aconteceu no Encontro Progressista, aconteceu nessa entrevista, vai acontecer no próximo evento importante. Por que eles mudariam, né? Pra eles tá bom. Pra vc e pra Conceição também tá bom. Desse jeito a gente pode continuar tratando a falta de representatividade das mulheres na política, na blogosfera, nos cargos de alto escalão, como... culpa das mulheres. Elas que não se mobilizam, elas que não têm interesse, elas que são limitadas, tadinhas (o mesmo vale pros negros: negros só não estão na política porque não ligam pra isso! Aí vem os homens brancos ocupar o espaço que ninguém quer!). É duro, viu? Eu gasto horas no meu blog, atualizo todo dia, consegui levar um blog feminista, de nicho de mercado mesmo, a 100 mil page views por mês, sem ajuda alguma da blogosfera progressista, apesar de tantas vezes escrever sobre os mesmos assuntos, só que sempre com um viés feminista. Um blog totalmente independente, tocado sozinha. Nunca pensei que chegaria a 100 mil page views, que considero um número extraordinário. Ou muitos blogs têm isso? Quais blogs que participaram da entrevista têm isso? Quais foram os critérios pra escolha? Mas aí eu ouço que 100 mil page views é migalha, e que eu que não me esforço o suficiente, ou sou limitada, e por isso não consigo alcançar 500 mil. Quando vc sabe muito bem que, mesmo que o meu blog tivesse 500 mil page views por mês, eu ainda assim não seria chamada! Porque o pessoal da comissão não me lê, nem lê outros blogs feministas. Não existimos pra eles.”
Voltando aqui: gente, cuidado com os dois pesos e duas medidas. Tem blogueiro homem por aí que inclui um parágrafo, uma linhalamentando a ausência de blogueiras na entrevista, e é chamado de nobre e sensível, puxa vida, esse sim não é machista! Enquanto eu aqui, por ser mulher, sou uma destemperada invejosa reclamando por não ter sido chamada. Entendem a diferença? Mesmo se eu não fosse blogueira, reclamaria ao ver uma entrevista em que todos os entrevistadores são homens. Ainda mais uma entrevista de blogueiros. Repito: a maior qualidade da blogosfera é a diversidade. Diversidade que ainda não chegou aos ouvidos de vários blogueiros progressistas. Pelo contrário. As piadinhas feitas com as nossas reclamações (minhas, de outras blogueiras, e de praticamente qualquer pessoa com um mínimo de justiça social que passava os olhos pela lista) foram nesse nível: “é entrevista com o presidente ou congresso de ginecologia?”. Sim, porque tem internauta (de esquerda!) que acha que, pra mulher participar de algum evento, só se for o de ginecologia. E não como palestrante, bem entendido.
E aí, blogueiros progressistas? Dá pra ter um tiquinho de autocrítica e aceitar que o machismo de vocês não é assim tão diferente do dos reaças? Dá pra aceitar que não houve representatividade na entrevista? Ou vão fingir que não e repetir o mesmo erro no próximo evento? Quando a gente tentar arranjar uma entrevista com a Dilma só com blogueiras, seremos tratadas como radicais separatistas?
Num email, ela disse que, se não somos chamadas, é porque nossos blogs têm um baixo número de visitas. Não somos nós que não somos representadas nesses eventos, são nossos blogs que não têm a popularidade desejada. Se quisermos ser chamadas, precisamos nos mexer. E citou o blog dela e outros dois (de homens) como exemplos de blogs que têm 500 mil page views (diferente de visitas) por mês.
É um pouco de miopia demais pro meu gosto. O blog dela tinha 500 mil page views antes d'ela entrar pro Vi o Mundo? Os outros dois blogs citados teriam tantos acessos se não fossem linkados a torto e a direito pelos blogs gigantes, aqueles com 4 milhões de page views por mês? Se esses blogs passassem a linkar blogs de mulheres, será que esses também não alcançariam 500 mil page views? Bom, abaixo está uma parte do email que respondi pra ela. A Cynthia, feminista que faz parte da blogosfera desde 2002, é que pediu pra que eu fizesse um post disso, porque ela acha que valoriza o meu trabalho e o de outras blogueiras:
"Pô, Conceição, vc conhece o meio! Sabe que tem muito blogueiro progressista machista pra caramba. Sabe que eles não conhecem blogs de mulheres. Sabe a visão que eles têm de blogs de mulheres. Pior que a visão que têm de blogs de mulheres, é a visão que têm de blogs feministas! Pra eles, feminismo não é político. É só um bando de histéricas reclamando de barriga cheia. SEMPRE que eles falam de feminismo, eles derrapam feio, mostram uma visão preconceituosa, provam que não etendem nada do assunto. E não querem aprender, não. Isso de só convidarem blogueiros (tirando as duas únicas blogueiras que eles conhecem) aconteceu no Encontro Progressista, aconteceu nessa entrevista, vai acontecer no próximo evento importante. Por que eles mudariam, né? Pra eles tá bom. Pra vc e pra Conceição também tá bom. Desse jeito a gente pode continuar tratando a falta de representatividade das mulheres na política, na blogosfera, nos cargos de alto escalão, como... culpa das mulheres. Elas que não se mobilizam, elas que não têm interesse, elas que são limitadas, tadinhas (o mesmo vale pros negros: negros só não estão na política porque não ligam pra isso! Aí vem os homens brancos ocupar o espaço que ninguém quer!). É duro, viu? Eu gasto horas no meu blog, atualizo todo dia, consegui levar um blog feminista, de nicho de mercado mesmo, a 100 mil page views por mês, sem ajuda alguma da blogosfera progressista, apesar de tantas vezes escrever sobre os mesmos assuntos, só que sempre com um viés feminista. Um blog totalmente independente, tocado sozinha. Nunca pensei que chegaria a 100 mil page views, que considero um número extraordinário. Ou muitos blogs têm isso? Quais blogs que participaram da entrevista têm isso? Quais foram os critérios pra escolha? Mas aí eu ouço que 100 mil page views é migalha, e que eu que não me esforço o suficiente, ou sou limitada, e por isso não consigo alcançar 500 mil. Quando vc sabe muito bem que, mesmo que o meu blog tivesse 500 mil page views por mês, eu ainda assim não seria chamada! Porque o pessoal da comissão não me lê, nem lê outros blogs feministas. Não existimos pra eles.”
Voltando aqui: gente, cuidado com os dois pesos e duas medidas. Tem blogueiro homem por aí que inclui um parágrafo, uma linhalamentando a ausência de blogueiras na entrevista, e é chamado de nobre e sensível, puxa vida, esse sim não é machista! Enquanto eu aqui, por ser mulher, sou uma destemperada invejosa reclamando por não ter sido chamada. Entendem a diferença? Mesmo se eu não fosse blogueira, reclamaria ao ver uma entrevista em que todos os entrevistadores são homens. Ainda mais uma entrevista de blogueiros. Repito: a maior qualidade da blogosfera é a diversidade. Diversidade que ainda não chegou aos ouvidos de vários blogueiros progressistas. Pelo contrário. As piadinhas feitas com as nossas reclamações (minhas, de outras blogueiras, e de praticamente qualquer pessoa com um mínimo de justiça social que passava os olhos pela lista) foram nesse nível: “é entrevista com o presidente ou congresso de ginecologia?”. Sim, porque tem internauta (de esquerda!) que acha que, pra mulher participar de algum evento, só se for o de ginecologia. E não como palestrante, bem entendido.
E aí, blogueiros progressistas? Dá pra ter um tiquinho de autocrítica e aceitar que o machismo de vocês não é assim tão diferente do dos reaças? Dá pra aceitar que não houve representatividade na entrevista? Ou vão fingir que não e repetir o mesmo erro no próximo evento? Quando a gente tentar arranjar uma entrevista com a Dilma só com blogueiras, seremos tratadas como radicais separatistas?
1 comentários:
Só falta blogueira x blogueira!
Sai dessa!
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