quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nota do Sindicato dos Metroviários de São Paulo

Metroviários de SP contra a privatização da Linha Lilás

Nota do Sindicato dos Metroviários de São Paulo

Não à privatização da Linha 5 – Lilás

Em vista da pretensão do governador Geraldo Alckimin, através das declarações do secretário de Transportes Metropolitanos Jurandir Fernandes, publicadas dia 4/02, em ceder a Linha 5 – Lilás para a iniciativa privada através da Parceria Público-Privada – PPP, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo manifesta seu repúdio a mais essa tentativa irresponsável de lidar com o patrimônio público por parte do governo, e pela sua falta de comprometimento com os interesses dos cidadãos que são: um transporte público decente com tarifa reduzida.

A experiência de privatização de linhas de metrô com a Parceria Público-Privada – PPP, aplicada na Linha 4 – Amarela, é desastrosa. Contabiliza muitas vítimas, algumas fatais, decorrentes de seus vários acidentes, comprovando o descaso da iniciativa privada que busca o lucro em detrimento da qualidade e segurança do serviço.

A Linha 5 – Lilás opera desde 2002, atendendo 200 mil usuários por dia, em uma das regiões mais carentes e populosas de São Paulo. Em pesquisa, divulgada no dia 2/02, pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a Linha 5 – Lilás recebeu índice de aprovação de 90% dos entrevistados, sendo a melhor avaliação entre todas as linhas do sistema metroferroviário da Grande São Paulo. A própria Cia. do Metropolitano de SP – Metrô, parabenizou o profissionalismo dos 650 funcionários da linha pelo desempenho no último ano, confirmando a dedicação dos metroviários em atendimento aos usuários e não pela lucratividade de grupos empresariais.

Enquanto isso, a Linha 4 – Amarela, já teve seu prazo de inauguração adiado por oito vezes, e está prestes a completar um ano funcionando apenas em horário reduzido (fora do horário de pico). A Linha 4 – Amarela conta com um trágico histórico de falhas e acidentes, como a cratera nas obras da futura estação Pinheiros, que, lamentavelmente, resultou na perda de sete vidas, e recentemente a morte de um engenheiro no exercício do trabalho.

Além disso, a verba para a conclusão da Linha 5 já está disponibilizada. O governo pretende redirecioná-la para a empresa que controla a Linha 4 ante sua incapacidade em cumprir o cronograma. Dinheiro público é para ser usado em beneficio da população e não para socorrer empresas incompetentes.

Os metroviários de São Paulo não pouparão esforços para alertar o cidadão dependente do transporte público sobre a necessidade de mobilização para impedir mais esta violação ao seu direito de locomoção, que deve ser garantido e operado pelo Estado.

Reiteramos nosso absoluto desacordo com a implantação das Parcerias Público-Privadas – PPPs, por defendermos a gestão integral do Estado em prover transporte digno à população.

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