Quem não conhece ou não tem gente na família?
O crack é a "epidemia" que assola nosso país. São jovens, adultos, idosos, de todos os segmentos sociais. Seja pobre ou seja rico.
Minha família sofre com o meu sobrinho, dependente de crack há 6 anos, ele só tem 21 anos. É internação atrás de internação, é recaída atrás de recaída, são pequenos furtos familiares, são agressões verbais e, às vezes físicas, são lágrimas derrubadas, e o pior é o medo, vivemos todos os dias preocupados se amanhã ele estará vivo.
Sei que muitas e muitos tentam esconder seus familiares dependes químicos, se envergonham, talvez por acharem que o fracasso é do pai ou da mãe. Minha família já passou por isso, sabemos hoje que precisamos enfrentar e pedir ajuda a quem quer que seja.
Na campanha eleitoral a Presidenta Dilma Rousseff assumiu o compromisso do combate ao crack e de outras drogas e hoje no Café com a Presidente ela falou da política de enfrentamento a essas drogas.
Leia a íntegra do Café com a Presidenta:
"Apresentador: Oi, gente, eu sou Luciano Seixas e estamos começando mais um encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta, tudo bem com a senhora?
Presidenta: Tudo bem, Luciano. Um bom dia para você também e um bom dia para os nossos ouvintes.
Apresentador: Hoje, queremos conversar sobre um assunto que preocupa pais e mães de família por todo o Brasil – as drogas, especialmente o crack.
Presidenta: E preocupa a mim também, Luciano, porque, como presidenta, me sinto responsável, junto com pais, mães e com toda a sociedade brasileira, pelo futuro da nossa juventude, que é a maior vítima das drogas.
Apresentador: Pois é, essa semana o governo anunciou a implantação de 49 Centros Regionais de Referência em Crack e Outras Drogas. Como é que isso vai ajudar a reduzir o consumo de drogas, presidenta?
Presidenta: É o seguinte, Luciano: quem já conviveu com dependente de drogas sabe bem que esse é um problema difícil de ser tratado. Estamos criando, por isso, Luciano, esses 49 centros regionais nas universidades, justamente para formar profissionais capazes de oferecer o atendimento e o acompanhamento que os dependentes precisam. Em faculdades espalhadas por todo o Brasil, a partir de agora, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais vão receber capacitação para atender, de forma eficaz, os dependentes de crack e seus familiares. Eles vão conhecer as técnicas de tratamento e, também, as possibilidades de trazer essas pessoas de volta ao convívio social, Luciano, ao trabalho e aos estudos. Vão também pesquisar sobre a doença, entendê-la melhor para combatê-la melhor. Já estamos fazendo 13 estudos clínicos sobre o crack em seis universidades federais. No meu governo, Luciano, nós vamos fazer com que as universidades públicas, além de educar brasileiros e brasileiras, respondam às necessidades dos que mais precisam. E aí, combater o crack está entre as nossas prioridades. Esse, Luciano, é o melhor jeito de devolver aos brasileiros um investimento que eles fizeram ao pagar, com seus impostos, a criação das universidades públicas – federais, estaduais e municipais.
Apresentador: Que profissionais vão poder fazer os cursos?
Presidenta: Todos os profissionais, Luciano, que já trabalham diretamente com a comunidade. Sabe, Luciano, ao todo, os centros vão capacitar perto de 15 mil profissionais nos próximos 12 meses.
Apresentador: E que tipo de cursos eles vão fazer?
Presidenta: Olha, Luciano, vão ser oferecidos quatro cursos: um curso para médicos que atendem nas unidades básicas de saúde; outro para profissionais que vão receber pacientes para desintoxicação nos hospitais ou clínicas; um terceiro para agentes comunitários de saúde e profissionais que atendem as pessoas nas ruas; e o último para os profissionais da assistência social.
Apresentador: É preciso cercar as drogas por todos os lados, não é, presidenta?
Presidenta: É, Luciano. E usando ainda todos os recursos disponíveis. Eu quero dizer a você que o nosso plano de enfrentamento ao crack e outras drogas, lançado no ano passado pelo presidente Lula e que eu estou aprofundando, cerca o problema por todos os lados. São três pontas interligadas, Luciano: a primeira é a prevenção, feita na escola e nas famílias; a outra é o tratamento, que estende as mãos às vítimas do crack.
Apresentador: Presidenta, quando a senhora diz “vítimas”, a gente lembra que o crack destrói o dependente e toda a família dele, não é?
Presidenta: É verdade. Estamos enfrentando uma droga capaz de destruir completamente uma família. Começa destruindo a vida do próprio usuário, ele se isola, não quer fazer mais nada. Não estuda, não trabalha, não come, muitas vezes fica violento e, lógico, isso atinge toda a família.
Apresentador: Presidenta, a senhora disse que o enfrentamento ao crack e outras drogas tinham três pontas, qual é a terceira?
Presidenta: Olha, Luciano, é o combate ao tráfico. Nosso plano prevê ampliação do combate ao tráfico, especialmente nas fronteiras. Veja, vamos atrás do traficante internacional e, ao mesmo tempo, vamos agir para acabar com o pequeno tráfico, aquele que muitas vezes rouba a infância, usando nossas crianças e adolescentes como chamados ‘aviões’. Esta, meu amigo, é uma das faces mais cruéis do tráfico de drogas, pois meninos e meninas pobres são atraídas pelo dinheiro fácil e promessas falsas, sem saber dos riscos que estão correndo.
Apresentador: E o mais triste dessa história, presidenta, é que muitos desses jovens nem chegam a virar adultos.
Presidenta: Por isso, Luciano, é que não podemos ser tolerantes com o tráfico. O nosso jovem tem o mundo de possibilidades que vão além das promessas falsas de dinheiro fácil e do prazer imediato que as drogas podem dar. Com a sua inteligência e sua criatividade, o jovem encontra muitas maneiras de se realizar: pode praticar esporte, pode ter um bom emprego, pode conviver com sua família, ir a festas, namorar, e o crack tira tudo isso dele. É justamente isto que não podemos, nem iremos deixar acontecer.
Apresentador: Opa! É com esse incentivo da nossa presidenta que terminamos o nosso programa de hoje. Obrigado, presidenta Dilma Rousseff.
Presidenta: Eu é que agradeço, Luciano. Até semana que vem."
Fonte: Congresso em Foco Tweet
1 comentários:
É o vazio que se instala no coração que leva à busca de fugas. Uma delas é o crack. É o consumismo, a falta de espiritualidade.A futilidade do mundo que vivemos e a ganância.
Uma das forma é família e escola envolver desde crainça, os alunnos em voluntariado para que desenvolvam a doação, o altruísmo.
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