quinta-feira, 21 de abril de 2011

QUEM AMA NÃO MATA, o que mata é o MACHISMO

QUEM AMA NÃO MATA, o que mata é o MACHISMO

Nos últimos tempos vinha mantendo a esperança de que a Justiça não aceitaria mais a tese de assassinatos de mulheres "por amor".

Grande equívoco o meu.

Hoje leio que umA juízA soltou um assassino confesso porque ele, na opinião dessa representante da nossa justiça, cometeu um "desatino de paixão". Como assim senhora juíza? "Desatino de amor" o faz menos culpado, o faz uma pessoa de paz? Se por "desatino de amor" ele degola a pessoa amada, o que fará se ele odiar alguém?

Não senhora Juíza, não foi um caso episódico, todos os dias morrem mulheres em nome do amor.

 QUEM AMA NÃO MATA, o que é mata é o MACHISMO


‘Foi um ato episódico, um desatino de paixão’, diz juíza que soltou assassino confesso de universitária


Marcelo Gomes e Paulo Carvalho

A dor de Sueli Gonçalves de Souza — que teve sua filha, a estudante Mariana Gonçalves de Souza, de 21 anos, executada, em 7 de março deste ano, por um homem que alegou amá-la — não interferiu na opinião da juíza Elizabeth Louro, do 4º Tribunal do Júri, que resolveu soltar o assassino confesso Luiz Carlos Oliveira, de 50 anos.
Em entrevista ao EXTRA, nesta quarta-feira, a magistrada afirmou que manteria Luiz Carlos em liberdade, caso não estivesse de férias quando ele teve a prisão temporária decretada por outra juíza, em 8 de março.
— Foi um ato episódico, um desatino de paixão e que dificilmente ele (Luiz Carlos) vai encontrar outra mulher pela qual ele se apaixone dessa maneira. Não vi clamor público que motivasse a manutenção de sua prisão. Ele facilitou as investigações se entregando no dia seguinte e confessando o crime. Também não vi, nos autos, qualquer ameaça a outras pessoas envolvidas no processo, como familiares da vítima — disse a magistrada.


A universitária Mariana Gonçalves foi morta dentro da escola da sua família, em Campo Grande
A universitária Mariana Gonçalves foi morta dentro da escola da sua família, em Campo Grande / Foto: Reprodução

Revoltada, a mãe de Mariana, Sueli Gonçalves de Souza disse se sentir injustiçada, numa entrevista à rádio BandNews: "Eu estou indignada com a injustiça, porque um homem desses, um assassino, um monstro, fez o que fez com minha filha, na escola. E agora essa juíza deu liberdade a ele para ficar solto por aí? Daqui a pouco vai ter outra Mariana na vida dele e ele vai fazer a mesma coisa".
Tia de Mariana, Sirley Gonçalves disse, também à BandNews, que acha a decisão da juíza absurda: "O que mais ele vai precisar fazer para ela se convencer de que ele causa perigo?".
Nesta quarta-feira o Ministério Público recorreu da decisão de primeira instância que colocou Luiz Carlos em liberdade.
‘E cadê os direitos da vítima?’


Maria da Penha Maia Fernandes ficou paraplégica após ser espancada pelo marido.
Maria da Penha Maia Fernandes ficou paraplégica após ser espancada pelo marido. / Foto: Jarbas Oliveira / 08.02.2007

As declarações da juíza Elizabeth Louro indignaram representantes de entidades de defesa dos direitos das mulheres. Para Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica após ser espancada pelo marido, a decisão de soltar Luiz Carlos pode incentivar outros assassinatos de mulheres.
— A juíza citou os direitos fundamentais do réu para soltá-lo. E onde ficam os direitos fundamentais da família da vítima? Cadê o exemplo para outros homens que, em nome dessas paixões, cometem atos violentos contra mulheres? Passar a mão na cabeça de um agressor pode estimular outros. As pessoas que estão julgando também deveriam se colocar no lugar da vítima — disse Maria da Penha, que emprestou o nome à lei federal que pune agressões domésticas contra mulheres.
Para Rogéria Peixinho, da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a "juíza é despreparada para o cargo":
— Por mais que cause surpresa e indignação, esse tipo de decisão equivocada é bastante comum entre os operadores do direito. A juíza pensou nos direitos do réu sem lembrar dos direitos da família da vítima. Enquanto o amor platônico servir de justificativa, mais mulheres continuarão sendo assassinadas. Matar por amor não é justificativa. Quem ama, não mata.

1 comentários:

jose correa disse...

Que absurdo, algumas mulheres com poder, são piores que os machista.
Esse papo de decisão equivocada é cunversa para boi dormir, ela é um clone em disfunção, deixa parar por aqui, pois a indignação é tão grande
..............