SP: moradores do Jabaquara rejeitam obras de Kassab
Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
Moradores da região do Jabaquara realizaram protesto em agosto de 2010 em frente à Prefeitura de SP contra obras na região (Foto:©Robson Ventura/Folhapress)
São Paulo - Moradores de sete bairros atingidos pela operação urbana consorciada Água Espraiada são contrários à construção de um túnel de 2.350 metros na região do Jabaquara, zona sul da capital paulista. Lideranças ouvidas pela Rede Brasil Atual consideram que a obra, além de ilegal, deve levar à desestruturação da região. Caso seja aprovada pela Câmara de Vereadores de São Paulo, a construção do túnel vai exigir a retirada de cerca de 2 mil famílias a mais do que o previsto inicialmente em 2001.
“Praticamente vão acabar com o bairro”, alerta José Luiz, uma das lideranças da região. Ele avalia que 40% do bairro perderá a “vida que tem hoje”. Há 10 anos, o projeto anterior foi discutido e aprovado por moradores e parlamentares.
A lei 13.260/2001 que instituiu a operação urbana Água Espraiada prevê a extensão da avenida Jornalista Roberto Marinho – antiga avenida Água Espraiada – até a rodovia dos Imigrantes, com a construção de um túnel de 400 metros.
A lei 13.260/2001 que instituiu a operação urbana Água Espraiada prevê a extensão da avenida Jornalista Roberto Marinho – antiga avenida Água Espraiada – até a rodovia dos Imigrantes, com a construção de um túnel de 400 metros.
Um novo projeto de lei (PL 25/2011) apresentado este ano pelo prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, a caminho do PSD) aumentou o tamanho do túnel para 2.350 metros nas proximidades da avenida engenheiro Armando Arruda Pereira, além de incluir outras obras como um parque linear de cerca de 600 mil metros. Em seu portal na internet, a prefeitura justifica que "o projeto tem como um dos seus principais objetivos revitalizar a região com a criação de espaços públicos de lazer e esportes".
“Não somos contra melhorar o bairro, mas somos contrários ao que a prefeitura está propondo fazer com obras que não fazem sentido e que vão expulsar principalmente moradores idosos”, diz Ghedini. “Mais de 60% da população do bairro tem mais de 60 anos e está sofrendo ao ver ser alvo de destruição um bairro que já é urbanizado, já é arborizado, em que não há nada mais a fazer”, descreve.
Ilegal
Na avaliação do vereador Antonio Donato (PT), compartilhada pelos moradores, o novo projeto é ilegal, porque altera a proposta inicial da lei 13.260/2001, entretanto foi apresentado pela Prefeitura como melhoria viária.
A opção da administração municipal, segundo o site do vereador, “é uma estratégia do prefeito para acelerar a aprovação”. Projetos de melhoria viária exigem um número menor de votos – apenas a maioria dos vereadores que estiverem presentes à seção do plenário. Se tramitar como alteração de uma lei que estabelece diretrizes urbanísticas seriam necessários os votos de 33 vereadores da Casa Legislativa.
“O PL foi classificado impropriamente como um projeto de melhoramentos viários, ou seja para fazer melhorias em obras já existentes, no entanto não há obras para melhorar, pois nada do que estava previsto na lei da operação urbana foi realizado ainda”, aponta Donato.
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