Escrever e falar é diferente
“Preciso entregar esse texto e queria que você lesse antes, para ver se está bom.”
A frase acima traduz uma situação bastante comum. Mesmo alguém experiente na leitura
e na escrita sente necessidade da avaliação de outra pessoa sobre o que escreve. Escritores
consagrados, do passado e da atualidade, também mantiveram, e mantêm, o hábito de trocar
correspondências sobre sua obra.Há momentos em que surgem dúvidas sobre a grafia das palavras (se têm acento, se levam um s ou dois...), sobre a pontuação, o emprego de maiúsculas etc. Às vezes, somos dominados por uma insegurança que nos impede até mesmo de saber ao certo qual é nossa dúvida. Sentimos que falta algo no texto, mas não sabemos o que é. Isso é natural, pois se trata de uma dificuldade enfrentada por todos que estão aprendendo o funcionamento da língua escrita. À medida que ampliamos nosso conhecimento sobre ela, essas sensações vão sendo superadas.
A língua escrita não é o simples registro da fala. Falar é diferente de escrever. A fala espontânea, por exemplo, é menos planejada, apresenta interrupções que não são retomadas.
Além disso, conta com outros recursos, como os gestos, o olhar, a entonação. Já a escrita possui muitas convenções. Ela precisa ser mais contí-nua, sem os cortes repentinos da fala, e mais exata, porque geralmente não estamos perto do leitor para lhe explicar o que queremos dizer.
Você, que é falante nativo de português, aprendeu sua língua materna espontaneamente, ouvindo os adultos falarem ao seu redor. O aprendizado da língua escrita, porém, não foi
assim, pois exige um aprendizado formal. Ele ocorre intencionalmente: alguém se dispõe a
ensinar e alguém se dispõe a aprender. Geralmente há local, momento e material próprios
para isso. Obviamente, em algumas ocasiões, é possível improvisar: um irmão mais velho pode ensinar o que já aprendeu na escola para o irmão mais novo, por exemplo. De qualquer forma, dificilmente aprendemos a ler e a escrever por acaso, sem ter a intenção disso.
Outro ponto importante: da mesma forma que uma criança aprende a falar observando os
outros falarem, o aprendizado da língua escrita requer acesso a textos escritos, ou seja, aprendemos a ler lendo e a escrever escrevendo.A leitura e a escrita necessitam de prática.
Por isso, mesmo que uma ou outra atividade de escrita lhe ofereça dificuldade, você deve se empenhar ao máximo para realizá-la. Procure reler e revisar o que foi escrito, e, quando necessário, passe o texto a limpo. No começo, você pode achar difícil, mas os resultados compensarão.
Neste capítulo, vamos exercitar algumas características da linguagem escrita. Além disso,
vamos estudar uma variedade da língua portuguesa: a norma culta. Para entender o que ela é e a sua importância, é preciso antes conhecer alguns conceitos.
Em primeiro lugar, não há um único jeito de falar e escrever. A língua portuguesa apresenta
muitas variantes, ou seja, pode se manifestar de diferentes formas. Há variantes regionais,
próprias de cada região do país. Elas são perceptíveis na pronúncia, no vocabulário (fala-se
“pernilongo” no Sul e “muriçoca” no Nordeste,
por exemplo) e na construção de frases.
Essas variantes também podem ser de origem social. As classes sociais menos escolarizadas usam uma variante da língua diferente da usada pelas classes sociais que têm mais escolarização. Por uma questão de prestígio — vale lembrar que a língua é um instrumento de poder —, essa segunda variante é chamada de variedade culta ou norma culta, enquanto a primeira é denominada variedade popular ou norma popular.
Contudo, é importante saber o seguinte: as duas variantes são eficientes como meios de
comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso
à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileirosEsse preconceito não é de razão linguística, mas social. Por isso, um falante deve dominar as diversas variantes porque cada uma tem seu lugar na comunicação cotidiana.
Como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar
em apresentar a norma culta aos estudantes, para que eles tenham mais uma variedade à
sua disposição, a fim de empregá-la quando for necessário.
Há ainda mais um detalhe que vale a pena lembrar. A norma culta existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo,
devemos ser formais, utilizando a norma culta. Algo semelhante ocorre quando falamos:
conversar com uma autoridade exige uma fala formal, enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de maneira espontânea, informal. Assim, os aspectos que vamos estudar sobre a norma culta podem ser postos em prática tanto oralmente como por escrito.
Neste capítulo, vamos ler dois textos. Eles permitirão aprofundar questões relativas à escrita e à maneira formal de as pessoas se expressarem em português.
Leia na íntegra AQUI
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9 comentários:
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