sexta-feira, 3 de junho de 2011

Feministas, sim. E em marcha!

Feministas, sim. E em marcha!




A marcha das vagabundas (do inglês SlutWalk ) surgiu quando um policial canadense afirmou, em uma palestra dentro de uma universidade de Direito, que as estudantes deveriam evitar se vestir como “vagabundas” para não serem vítimas de assédio sexual. As estudantes então resolveram protestar contra essa declaração. Daí surgiu a primeira marcha, reunindo cerca de 3 mil pessoas em Toronto. Através, principalmente, de mobilização nas redes sociais, jovens de diversos países têm saído às ruas, com faixas e roupas provocativas, buscando se apropriar da expressão pejorativa slut (vagabunda) pra protestar contra a responsabilização da mulher pela violência sexista. 

Nós da Fuzarca Feminista também estamos em marcha contra a cultura que responsabiliza a mulher pelas diversas formas de opressão, seja pelo estupro, pelas outras formas de violência física e psicológica, ou mesmo pelo fato de ainda termos relações desiguais entre homens e mulheres na sociedade. 

Marchamos pelo direito de nos vestir da forma que quisermos, sem que isso seja usado de pretexto para violência e para nossa desqualificação. Queremos viver em uma sociedade em que não sejamos mais divididas entre vadias e santas, ambas sob controle do homem. E se apropriar do termo “vadia”, nesse sentido, tem a ver com tudo isso. 

Queremos exercer nossa sexualidade de forma realmente livre, sem que o fato de ser “livre” implique em transar com quem/quando a gente não quiser. Queremos ser livres para ir atrás do nosso próprio desejo, e ser livres também para dizer “não”. 

Marchamos pelo direito de sermos “feias”, se ser “bonita” significa se encaixar num modelo de beleza ditado exclusivamente pelo desejo masculino e pelos lucros do mercado.

Não somos estupradas porque vestimos saias, andamos sozinhas à noite ou bebemos um pouco a mais. Não ganhamos menores salários e somos minoria em determinadas profissões e em cargos de poder devido a nossas “características naturais distintas”. Tampouco amamentamos em público para o deleite de nossos incautos observadores. 

A violência sexista é essa cometida pelos homens contra nós, mulheres, simplesmente por sermos mulheres. As situações de violência são demonstrações de poder e, geralmente, são justificadas por argumentos relacionados ao que deveria ser o jeito certo de nos portarmos. Estupro é questão de poder, não de sexo. 

Marchamos, hoje, pra lembrar dessas - dentre tantas outras - bandeiras que fazem o nosso feminismo tão atual e necessário, ainda em pleno século XXI. 

E seguiremos em marcha. Até que todas sejamos livres. 


Fuzarca Feminista – núcleo jovem da Marcha Mundial das Mulheres

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