O Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, realizado nesta quarta-feira (29/06) e promovido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), revelou que 65% das mulheres presas no Brasil nos últimos 5 anos foram detidas por tráfico de drogas.
Os dados foram apresentados pela socióloga Julita Lemgruber. Ela afirmou que o percentual de mulheres presas está crescendo numa velocidade superior à dos homens. Dessa forma, os problemas das mulheres no cárcere estariam se agravando ainda mais.
Os dados foram apresentados pela socióloga Julita Lemgruber. Ela afirmou que o percentual de mulheres presas está crescendo numa velocidade superior à dos homens. Dessa forma, os problemas das mulheres no cárcere estariam se agravando ainda mais.
“É bastante comum o fato de as mulheres não disporem de qualquer assistência diferenciada. São tratadas como homens, tanto em termos de estrutura das prisões como também em relação ao tratamento que é dispensado a elas. Um exemplo muito triste é que, em muitos casos, elas não têm acesso a um simples absorvente quando estão menstruadas. São obrigadas a improvisar usando miolo de pão”, afirmou.
Ainda segundo a socióloga, as mulheres deveriam receber penas alternativas à prisão já que, segundo ela, desempenham um papel secundário no tráfico. “Elas não representam maiores perigos para a sociedade e poderiam ser incluídas em políticas de reinserção social”, afirmou Lemgruber.
“Além disso, quando o homem é preso, os filhos ficam com suas mulheres. Mas quando a mulher é presa, geralmente o companheiro não fica com os filhos, que acabem sendo penalizados e passam a ter na mãe um referencial negativo. Essa é uma situação que tem tudo para reproduzir a criminalidade, já que essas crianças poderão seguir o mesmo caminho que os pais”, completou.
No Última Instância
0 comentários:
Postar um comentário