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BUENOS AIRES, 31 MAI (ANSA) - Representantes de diversas religiões pediram a descriminalização do aborto na Argentina e expressaram seu apoio à Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito.
Dezenas de organizações sociais e de gênero no país, que integram a Campanha Nacional, convocaram um festival para hoje em frente ao Congresso Nacional, para impulsionar a aprovação do Projeto de Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez, que já foi assinado por 50 legisladores.
Durante uma conferência conjunta no Congresso Nacional, o pastor Lisandro Orlov, da Igreja Evangélica Luterana Unida, manifestou que é necessário tirar o tema [do aborto] do Código Penal para colocá-lo na perspectiva dos Direitos Humanos, do Evangelho e dos direitos das pessoas.
Por sua vez, a pastora Mariel Pons, da Igreja Evangélica Metodista, declarou que limitar a discussão à descriminalização do aborto a um leilão entre quem está a favor e contra a prática é banalizá-la: ninguém pode estar a favor da interrupção de uma vida.
No entanto, segundo ela, o problema vai mais além desta falsa polarização: a mulher que busca o aborto o faz com angústia e tristeza. A comunidade tem que assumir esta realidade, não escondê-la, mas trazê-la à tona.
O rabino Daniel Goldman, da Comunidade Bet El, enfatizou que o aborto se pratica goste ou não a vizinha, o professor, o juiz, o religioso ou o legislador. Sendo assim, questiona o rabino, qual é o lugar do Estado, pensando que sua função é homogeneizar socialmente dando direitos e igualdade?
A deputada federal Cecilia Merchán, uma das organizadoras do diálogo inter-religioso, ressaltou que para nós era importante deixar de lado um debate falso, esse que dizem que por um lado estamos promovendo o aborto e do outro estão as igrejas. Mostramos que não é assim.
Merchán antecipou que dezenas de artistas e músicos, legisladores, personalidades da cultura, intelectuais, jornalistas, dirigentes sindicais e políticos aderiram à campanha.
O aborto legal é um tema central a respeito dos direitos humanos e à saudade das mulheres, disseram as organizações. Sua criminalização e sua ilegalidade não impedem que sejam praticados cerca de 500 mil abortos por ano, e o fato de que não estejam garantidas condições sanitárias dignas, seguras e gratuitas aprofunda a desigualdade e faz que morram mulheres, em geral jovens e pobres, completaram. (ANSA)
fonte: CCR
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