segunda-feira, 11 de julho de 2011

Caloteiro, eu?

Caloteiro, eu?

Caloteiro, eu?
Foto: REUTERS/Larry Downing

GOVERNO DOS EUA PODE SUSPENDER PAGAMENTOS DE DÍVIDAS COM O MERCADO MUNDIAL A PARTIR DE AGOSTO; SERIA A  SEGUNDA GRANDE ONDA DA CRISE ECONÔMICA; OBAMA ESTÁ FRUSTRADO; FMI DIZ QUE CALOTE REPRESENTARIA “UM CHOQUE GLOBAL”


 Os Estados Unidos estão avançando para um calote sem precedentes em suas dívidas com o mercado. Na noite de ontem, terminou sem resultado prático uma reunião na Casa Branca entre o presidente Barack Obama, o vice Joe Binden e oito parlamentares do Congresso dos EUA, entre eles o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner. O governo quer passar a trabalhar sem o teto de US$ 14,9 trilhões de endividamento máximo – que será atingido em 2 de agosto. A partir dessa data, pelas regras atuais, a administração americana não disporá de mais recursos para saldar seus compromissos como, por exemplo, o resgate de títulos em poder de investidores do mundo inteiro. O Congresso, porém, não aceita liberar o governo do teto de endividamento sem obter, em troca, medidas para aumentar a arrecadação fiscal e cortar os gastos públicos. O máximo que a reunião da Casa Branca produziu foi a marcação de uma nova reunião, para hoje. “O presidente estava visivelmente frustrado”, disse um dos participantes ao jornal USA Today.
A exigência dos parlamentares para ampliar o teto de endividamento dos EUA é a de um programa federal que aumente em US$ 1 trilhão a arrecadação e reduza em US$ 3 trilhões os gastos do governo. O problema é que as promessas neste sentido de Obama e Biden não estão convencendo os republicanos, que se recusam a liberar mais dinheiro para o governo enfrentar os compromissos já assumidos. O impasse, se permanecer, levará ao calote a partir de 2 de agosto.
A perspectiva do não pagamento de dívidas pelo governo da maior economia do mundo está elevando a tensão na alta cúpula da economia mundial. “Eu não posso imaginar por um segundo que os Estados Unidos possam dar um calote”, disse ao The Wall Street Journal a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. “Isso seria um verdadeiro choque e uma má notícia para a economia dos EUA". Para ela, o calote americano "certamente comprometeria a estabilidade" da economia global. "Espero que haja inteligência suficiente dos dois partidos e compreensão do desafio que está à frente dos Estados Unidos, mas também do resto do mundo", declarou.

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