Por Marcio Zonta
Da Página do MST
A Praça Maria Aragão, em São Luis (MA), recebeu cerca de 300 pessoas no último dia 22 de julho para acompanhar parte dos filmes selecionados pelo projeto Revelando os Brasis, uma iniciativa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, com patrocínio da Petrobrás.
Em sua quarta edição o projeto apresentou entre os filmes, o selecionado curta metragem “Quebradeira”, do diretor Osmam Silvino, do assentamento Diamante Negro/Jutay, do município de Igarapé do Meio (MA).
Sem nunca ter feito cinema, Silvino conta que foi meio inusitada sua inscrição para o projeto. “Vi o edital do programa nas correspondências do centro educacional aqui do assentamento, aí pensei em participar, mas nem me passava pela cabeça de qual história contar”.
Depois de muito pensar sobre uma possível história, lembrou de sua sogra, Dona Nunes, “Aí resolvi contar a história dela, de quebradeira de coco, desde os treze anos de idade para ajudar primeiro os irmãos mais novos com a morte da mãe e depois a família, algo que faz até hoje”, menciona o rapaz.
Mas, não só a rotina e a atividade da quebradeira de coco mostram o filme. “Está envolvido também no enredo todo o processo de resistência, não só dela, mas que todas as famílias do MST passaram para conquistar cerca dos 9 mil hectares do assentamento”, afirma Silvino.
Luta
Luta
No filme, Dona Nunes, realmente diz emocionada sobre o despejo violento da polícia no inicio do acampamento, colocando fogo nos barracos e destruindo as benfeitorias já organizadas pelas famílias, além do ataque dos pistoleiros que abriram fogo contra as famílias depois de novamente estabelecido o acampamento.
Terminando de lembrar o episódio, ela diz no filme: “eu gosto é de lutar”. Luta que transformou uma área improdutiva em produtiva e que trouxe às quebradeiras de coco do assentamento um projeto que facilitasse suas atividades.
Conforme conta dona Josefa - umas das quatro quebradeiras, que também aparece no filme - o projeto, que derivou de um fomento do governo federal, trouxeram melhorias para a atividade. “Agora quebramos coco numa casa, não ficamos mais embaixo de sol ou chuva, colhemos e levamos para lá, além de também termos um lugar para vendermos”.
Conforme conta dona Josefa - umas das quatro quebradeiras, que também aparece no filme - o projeto, que derivou de um fomento do governo federal, trouxeram melhorias para a atividade. “Agora quebramos coco numa casa, não ficamos mais embaixo de sol ou chuva, colhemos e levamos para lá, além de também termos um lugar para vendermos”.
No local ainda se processa a matéria prima para a produção do óleo e do mesocarpo, espécie de massa derivada do coco babaçu.
O público
"Quebradeira” instigou no público diversas reações e interpretações. Inquieto diante da fala de Dona Nunes, o funcionário púbico aposentado, José Anastácio, disse após o filme: “acho que mostra muito mais que a história da quebradeira de coco: mostra toda violência contra o povo sem terra nessa região”.
O público
"Quebradeira” instigou no público diversas reações e interpretações. Inquieto diante da fala de Dona Nunes, o funcionário púbico aposentado, José Anastácio, disse após o filme: “acho que mostra muito mais que a história da quebradeira de coco: mostra toda violência contra o povo sem terra nessa região”.
Para o jovem André Ribeiro, morador de Santa Catarina, que passava férias em São Luis, “eu pensava que coco era só aquele verde, que a gente toma a água dele, vi esse aí que faz óleo e outras coisas, achei interessante...”.
Já para a adolescente Lidiane Romão, carioca, de férias também em São Luis, “Eu percebi uma força nessa senhora muito grande”.
Por enquanto o projeto restringe a exibição do filme apenas aos circuitos das capitais e município de origem da história, mas em breve, segundo informações da produção, “Quebradeira” poderá ser visto pelo site do Revelando os Brasis. Para os desejosos em conferir um trecho do curta metragem de Silvino veja o video abaixo.
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