MPF arquiva processo sobre livro com "nós pega"
Obra distribuída pelo MEC causou polêmica por defender erros de concordância na fala
O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito civil instaurado contra o Ministério da Educação (MEC) para apurar irregularidades na distribuição para turmas de jovens e adultos do livro didático Por uma vida melhor.
Livro usado na Educação de Jovens Adultos tem capítulo sobre a norma popular da língua
O livro causou polêmica porque tem frases com erro de concordância em uma lição que apresenta a diferença da norma culta e a falada. No texto, a autora da obra defende que os alunos podem falar de “jeito errado”, mas devem atentar para o uso da norma culta, cujas regras precisam ser dominadas.
A revelação dos trechos foi feita pelo iG. Em um capítulo chamado "Escrever é diferente de falar", os autores afirmam que é possível dizer que “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” e que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
De acordo com o procurador da República no Distrito Federal Peterson de Paula Pereira, “não há elementos plausíveis indicativos de que o livro Por uma vida melhor esteja a propagar o ensino errado da língua portuguesa”.
Cerca de 484 mil exemplares da obra foram distribuídos. Desde o início da polêmica, o MEC se negou a recolher o material sob o argumento de que eles não estavam incorretos, mas apresentam o debate sobre as variações linguísticas.
A Academia Brasileira de Letras (ABL) condenou a posição da autora e criticou o MEC por defender o livro. Por causa da polêmica, o ministro Fernando Haddad foi convocado ao Senado para explicar a questão e foi criticado pela oposição.
No pedido de arquivamento do caso, ele defende que a discussão sobre o livro na mídia transmitiu “a ideia de que o livro pudesse ensinar a língua portuguesa de modo errado aos estudantes, quando, na verdade, o Ministério da Educação propôs à sociedade a introdução e reflexão acerca da linguística”.
O procurador argumentou que “o estudo do comportamento da língua, pelo contrário, reafirma o papel social do Estado em fomentar o respeito à dignidade da pessoa humana e afastar preconceitos, entre os quais o linguístico, que, como comprovado pelas recentes publicações jornalísticas, infelizmente ainda existe no nosso meio”.
* Com Agência Brasil
Fonte: Portal iG
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Obra distribuída pelo MEC causou polêmica por defender erros de concordância na fala
O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito civil instaurado contra o Ministério da Educação (MEC) para apurar irregularidades na distribuição para turmas de jovens e adultos do livro didático Por uma vida melhor.
Livro usado na Educação de Jovens Adultos tem capítulo sobre a norma popular da língua
O livro causou polêmica porque tem frases com erro de concordância em uma lição que apresenta a diferença da norma culta e a falada. No texto, a autora da obra defende que os alunos podem falar de “jeito errado”, mas devem atentar para o uso da norma culta, cujas regras precisam ser dominadas.
A revelação dos trechos foi feita pelo iG. Em um capítulo chamado "Escrever é diferente de falar", os autores afirmam que é possível dizer que “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” e que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
De acordo com o procurador da República no Distrito Federal Peterson de Paula Pereira, “não há elementos plausíveis indicativos de que o livro Por uma vida melhor esteja a propagar o ensino errado da língua portuguesa”.
Cerca de 484 mil exemplares da obra foram distribuídos. Desde o início da polêmica, o MEC se negou a recolher o material sob o argumento de que eles não estavam incorretos, mas apresentam o debate sobre as variações linguísticas.
A Academia Brasileira de Letras (ABL) condenou a posição da autora e criticou o MEC por defender o livro. Por causa da polêmica, o ministro Fernando Haddad foi convocado ao Senado para explicar a questão e foi criticado pela oposição.
No pedido de arquivamento do caso, ele defende que a discussão sobre o livro na mídia transmitiu “a ideia de que o livro pudesse ensinar a língua portuguesa de modo errado aos estudantes, quando, na verdade, o Ministério da Educação propôs à sociedade a introdução e reflexão acerca da linguística”.
O procurador argumentou que “o estudo do comportamento da língua, pelo contrário, reafirma o papel social do Estado em fomentar o respeito à dignidade da pessoa humana e afastar preconceitos, entre os quais o linguístico, que, como comprovado pelas recentes publicações jornalísticas, infelizmente ainda existe no nosso meio”.
* Com Agência Brasil
Fonte: Portal iG
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