domingo, 24 de julho de 2011

Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reconhecer o Estado palestino, no fim de 2010.

Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reconhecer o Estado palestino, no fim de 2010.

No Vermelho

Para chanceler, Lula ofereceu “bons ofícios” aos palestinos


O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, esteve com sua colega brasileira, Dilma Rousseff, apenas uma vez, no dia da cerimônia de posse, em janeiro. Menos de 48 horas antes, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia formalizado o reconhecimento do Estado palestino ao lado de Abbas. Segundo afirmou o chanceler da Autoridade Palestina, Riad Malki, Lula voltou a se encontrar com o presidente palestino no fim de junho, quando os dois participavam da cúpula da União Africana, na Guiné Equatorial. Além de assegurar o apoio brasileiro à iniciativa na ONU em setembro, o ex-presidente ofereceu seus “bons ofícios” para trazer ao barco pró-palestino mais países em desenvolvimento, revelou Malki.
Israel dá como certo o voto brasileiro a favor dos palestinos, mas quer “conter o ativismo” de Brasília. Número 2 do gabinete israelense, Moshe Yaalon chega ao país na semana que vem e, pelo protocolo, deveria se encontrar com o vice-presidente Michel Temer. Diplomatas israelenses solicitaram uma audiência com Dilma, na qual Yaalon conversaria sobre o apoio do Brasil aos palestinos na ONU. Mas o Planalto diz “não ver motivos” para o vice-premiê se encontrar com a presidente.
“A verdade é que, de Lula para Dilma, não houve nenhuma mudança na política externa”, afirma o diplomata israelense. De Brasília, o vice do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu embarcará para Chile e Argentina – que também provavelmente votarão a favor do reconhecimento palestino em setembro.
Além de Yaalon, virá ao Brasil em agosto o ministro das Finanças de Israel, Yuval Steinitz, figura próxima a Netanyahu. Yaalon é tido como um dos principais “falcões” da política israelense, ele afirmou que o Brasil não entende a “essência” do conflito no Oriente Médio e disse que o voto a favor dos palestinos é “imoral e muito perigoso”.
Reunido na semana passada com todos os embaixadores palestinos na Turquia para traçar a estratégia na ONU, o chanceler Malki comemorou por telefone a posição de Dilma. Para ele, o Brasil “defende os direitos dos palestinos” e a presidente segue o caminho aberto por Lula.
Autoridade Palestina
Malki tem sido um dos principais articuladores da ofensiva por reconhecimento. “A posição da presidente Dilma Rousseff é excelente e muito encorajadora. As relações entre o Brasil e a Autoridade Palestina não poderiam ser melhores”, ressalta.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reconhecer o Estado palestino, no fim de 2010. Foi um marco nas nossas relações. Agora, Dilma está seguindo o caminho aberto por ele. Sentimos que o Brasil defende os direitos dos palestinos”, lembra o chanceler.
Segundo o chanceler, o Brasil, sob o comando de Lula, foi quem reconheceu a Palestina e, de acordo com ele, essa decisão fez com que vizinhos – como Argentina e Uruguai – se sentissem compelidos a seguir o mesmo caminho. “Por isso, seremos sempre gratos ao presidente Lula.”

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