terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sandy ‘santinha’, Sandy ‘devassa’: qual vale, afinal?Ou, o que fazer para vender mais discos?

Sandy ‘santinha’, Sandy ‘devassa’: qual vale, afinal?Ou, o que fazer para vender mais discos?



Sandy ‘santinha’, Sandy ‘devassa’: qual vale, afinal?


 O Brasil se acostumou a amar uma garota de olhos cor de jaboticaba, suavemente entristecidos, de roupas bem comportadas e postura pudica. Foi por isso – e também por suas músicas românticas - que ela e seu irmão Júnior, filhos da empresária Noely e do astro sertanejo Xororó, venderam 17 milhões de cópias de 16 álbuns e 6 DVDs ao longo de 17 anos de carreira.
No Carnaval deste ano, porém, Sandy deu um passo diferente. Contratada por R$ 1 milhão pela marca de cerveja Devassa, em substituição à encrenqueira internacional Paris Hilton, cujo cachê para comerciais anteriores foi 30% menor, ela tentou assumir ou, ao menos, mostrar publicamente uma nova faceta. “Todo mundo tem um lado devassa”, aceitou dizer Sandy, na assinatura do comercial, insinuando que a menina pura de antes dava lugar a uma mulher agressiva. Com atitude, como se diz.


A transmutação de Sandy, vê-se agora, está criando problemas para a própria Sandy. Ela diz que não disse, em entrevista à revista Playboy que circula a partir deste mês, a seguinte frase: “É possível ter prazer anal”. A negativa veio logo em seguida à divulgação da pérola verbal. Pouco mais tarde, quando a redação da Playboy prontificou-se a divulgar a gravação da entrevista com Sandy, a artista recuou dizendo que sua afirmação fora retirada do contexto em que fora declarada. E, então, Sandy escorregou feio: “Ah, a gente sabe como a imprensa pode ser sensacionalista. Foi uma frase que tiraram o contexto e ganhou um significado novo”, disse ela durante a gravação do DVD de 40 anos da carreira de seu pai e do tio Chitãozinho.
Sandy, que por contrato quis mostrar seu “lado devassa”, assumiu a personagem na entrevista à Playboy, talvez em atenção ao patrocinador, e depois botou a culpa na imprensa, que é “sensacionalista”. Não é nada disso. O público é que, entre idas e vindas da cantora mezzo-soprano, pode estar se confundindo sobre qual é a Sandy que vale, publicamente, neste momento. A ‘santinha’ que já vendeu 16 milhões de cópias de discos e DVDs ficou mesmo para trás? É a “devassa” que vale? Ou, entre os dois extremos, Sandy está ela própria confusa, sem saber ao certo o que fazer para vender mais discos? A transferência de responsabilidade por suas palavras para a imprensa – a exemplo do que fazem os políticos quando flagrados em obscenidades com a coisa pública – só pode ser colocada nesse contexto de confusão da mocinha.
Vi no Brasil247

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