segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Vou até o fim e vou Ganhar a eleição de 2012

Em entrevista ao portal Brasil247, Marta Suplicy reafirma sua disposição de ser a candidata do PT às eleições de 2012.





Marco Damiani _ 247 – “Vou até o fim e vou ganhar”, exprime Marta Suplicy, num só fôlego e com um sorriso de quem desafia. “Amo demais essa cidade para não batalhar pelo sonho de voltar”. Às dez da noite da quinta-feira 4, a ex-prefeita e senadora de 8,3 milhões de votos acaba de chegar de uma reunião com moradores do bairro de Taboão da Serra, na periferia sul de São Paulo. Está, vê-se, pronta, se fosse preciso, a fazer outra. “Eu adoro o contato com o público, ao contrário de uns e outros por ai”, alfineta, numa espetada que parece direcionada ao tucano José Serra. Quando foi prefeito, Serra dizia aos mais próximos que não gostava dos encargos do cargo. “Não gosta mesmo”, informava seu então secretário de Subprefeituras, Andrea Matarazzo.

“Hoje, continua Marta, o importante para a população dos bairros é que a cidade funcione, exatamente o que não está acontecendo nessa longa gestão do (prefeito Gilberto) Kassab”. “Eu vou botar essa cidade para funcionar outra vez, continuar a obra que eu comecei e que é reconhecida pela população”.

A senadora de 66 anos, modelo de beleza e elegância para muitas mulheres, é um retrato pronto e acabado de animação, saibam seus adversários. Ela organizou sua agenda de modo a exercer a vice-presidência do Senado durante a semana e bater pernas por São Paulo no resto do tempo. “Tem muita coisa fora do lugar”, diz. “Não pode ficar assim. A cidade está sem planejamento, sem prioridades”. Ela pretende construir um programa de governo a partir de consultas ao maior número possível de setores sociais. Marta quer ampliar, crescer além de seus 30% de intenções de voto – o que fazem dela, neste momento, a favorita da eleição ainda distante. Ela acredita que as obras físicas que sua administração deixou – como os CEUs, grandes escolas equipadas com piscinas, auditórios e ambientes especiais de ensino, lazer e convivência --, associadas ao programa de governo que terá, espera, uma grande contribuição do PT, poderão dar-lhe a vitória.

Nas suas contas, seu maior adversário ainda não assumiu suas intenções: Serra, é claro. “Vai ser aquela coisa, na última hora ele terá de ser o candidato deles. Ele e eles não têm outra alternativa”, julga, a respeito da aliança entre Kassab e o governador Geraldo Alckmin em torno de Serra. “O ciclo tucano já acabou, a eleição vai demonstrar isso”, crava a candidata. “Tanto que, depois de todo esse tempo, eles não conseguiram fazer um candidato competitivo como alternativa ao próprio Serra”

Mas e a própria Marta, será ela a candidata do PT?

“Olha, eu acho que a definição tem de acontecer o quanto antes, para a gente fazer uma campanha ampla, forte e bem estruturada em cima de um programa moderno de governo”, diz ela. Pela frente, entre mil e uma pedrinhas no caminho que todo pré-candidato enfrenta, Marta terá de driblar uma rocha: o ex-presidente Lula, que estimula, nos bastidores, a candidatura do atual ministro da Educação, Fernando Haddad. “O Lula sem dúvida vai entender que não haverá tempo para tornar um candidato desconhecido do povão em conhecido e viável eleitoralmente”, fala Marta, cuidadosa, mas com firmeza. “Essa é uma eleição diferente da que ele conduziu com a Dilma, porque no caso da campanha presidencial ela era ministra e ele teve tempo para apresentá-la corretamente”. Segura, Marta reafirma: “A candidata natural sou eu”, usando a mesma frase que, nesta sexta-feira 5, resume sua entrevista para o jornal Valor Econômico. “O PT não poderá correr riscos aqui. O partido que ganha as eleições municipais de São Paulo, sai como vencedor da eleição no Brasil inteiro”, lembrou ao 247 na conversa informal que resultou nesta nota.

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