por Conceição Lemes no Viomundo
A Secretaria Nacional de Mulheres do PT divulgou ontem, 21 de setembro, nota de repúdio aos diretórios Nacional, estadual de Minas Gerais e municipal de Belo Horizonte, exigindo a expulsão de um filiado do partido condenado por estupro de uma menina de 9 anos de idade. O crime aconteceu em 2004.
Nesta tarde, entrevistei Gláucia Helena de Souza, coordenadora de Políticas para Mulheres da Prefeitura de Contagem, na Grande BH, e secretária da Secretaria Estadual de Mulheres do PT de Minas Gerais (PT-MG).
Viomundo – Desde 2004, o fato é conhecido e em 2010 houve a condenação. Por que o PT de Belo Horizonte não tomou nenhuma medida antes?
Gláucia Helena — Eu confesso que não sei, porque esse caso só chegou a nós, do Estadual, agora. Sou de Contagem e realmente só tomei conhecimento agora, como muita gente.
Conversei hoje com o advogado e a primeira informação que obtive é a de que o Nartagman [Nartgman Wasly Aparecido Borges, secretário de organização do PT-BH] foi condenado em primeira instância em fevereiro de 2010; agora, em segunda instância. Ainda desde maio de 2010 teria sido afastado das suas funções no PT.
Viomundo – Mas a coisa aconteceu tão perto de vocês.
Gláucia Helena – Na verdade, só soube do caso pelos jornais, aí iniciamos a busca de informações. E ontem fui comunicada por meio da Nota de Repúdio da Secretaria Nacional, que me enviou por email.
Viomundo – O que teria feito se soubesse antes?
Gláucia Helena – Teria agido, claro.
Viomundo – E agora?
Gláucia Helena – Neste sábado, 24 de setembro, ocorrerá o encontro estadual de mulheres do PT-MG. Vamos discutir o caso e pedir a expulsão do partido do ex-dirigente, que já está condenado e preso.
Como bem observou a nota da Secretaria Nacional de Mulheres do PT, o Código de Ética do Partido dos Trabalhadores afirma, ainda em seu preâmbulo:
“Toda e qualquer transgressão ética cometida por militantes, dirigentes, parlamentares e governantes petistas deve ser apurada e punida com rigor e transparência pelo próprio Partido. A construção da nossa utopia deve ter a ética como um ponto de partida e um ponto de chegada”.
Aliás, como foi condenado e está preso, automaticamente fica com os direitos políticos cassados e a sua filiação partidária revogada pela própria Justiça Eleitoral.
Viomundo – Mas por que não apuraram antes?
Gláucia Helena – Como já te disse, o caso só chegou a nós, Secretaria Estadual de Mulheres, agora.
Viomundo – O que fará mais?
Gláucia Helena – Nós encaminharemos o pedido de expulsão à Executiva Estadual do Partido, que se reúne na segunda-feira, dia 26, e ao Diretório Municipal de Belo Horizonte, onde o ex-dirigente tem sua filiação.
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