quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Capa provocadora mostra um muçulmano e um cartunista se beijando na boca, sob o título: “o amor é mais forte que o ódio”.

Capa provocadora mostra um muçulmano e um cartunista se beijando na boca, sob o título: “o amor é mais forte que o ódio”.


Revista francesa estampa beijo homossexual com muçulmano em resposta a incêndio


O semanário satírico “Charlie Hebdo” volta a suscitar polêmica. Uma semana após sua redação ter sido incendiada por extremistas islâmicos, quando iria publicar caricaturas do profeta Maomé, a publicação voltou às bancas com outra capa provocadora, em que mostra um muçulmano e um cartunista se beijando na boca, sob o título: “o amor é mais forte que o ódio”.

De orientação anarquista à esquerda, a revista faz várias críticas ao integracionismo cristão e muçulmano, além de reivindicar o direito aos desenhistas e redatores escreverem a fazerem piadas sobre o que bem lhes interessar.

Charlie Hebdo/divulgação

“Compreendemos perfeitamente que um muçulmano não queira ver desenhos de seu profeta, nem comer porco, muito menos rir dos desenhos de ‘Charlie’. Mas há outros que não são muçulmanos. Portanto, temos direito de desenhar Maomé, comer porco ou rirmos de qualquer coisa. Também não somos cristãos, judeus ou budistas”, diz o editorial da revista.

O texto também afirma que os muçulmanos “são as primeiras vítimas do incêndio criminoso e noturno que incendiou a sede da revista semanal”, que também coincidiu com um ataque à página do ‘Charlie’ na web, reivindicado por integracionistas turcos. “Só torcemos para que esse incêndio tenha sido, na verdade, organizado pela extrema-direita, com o intuito de desacreditar todos os muçulmanos”.

O novo número da publicação conseguiu ser publicado nas impressoras do jornal francês Libération e utilizando o suporte eletrônico do Le Monde. A revista só saiu com um dia de atraso.

O ataque à publicação não freou as sátiras da revista. Em determinada página, encontra-se uma vinheta com duas nádegas desenhadas que questiona: “Desenhar o traseiro de Maomé pode?”. A revista utiliza o escárnio para comentar os ataques sofridos no Facebook e rebate: “os extremistas se aterrorizam com o humor”.

A revista já possui um histórico complicado envolvendo polêmicas com grupos muçulmanos. Em 2006,a revista reproduziu as charges utilizadas no jornal dinamarquês Jyllands-Posten, que provocou a ira de muçulmaons. Algumas embaixadas da Dinamarca chegaram a ser queimadas em países de maioria islâmica. Algumas das caricaturas comparavam o profeta Maomé com um cachorro e associavam a religião ao terrorismo. A revista foi absolvida em primeira e segunda instâncias na Justiça francesa.





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