domingo, 5 de fevereiro de 2012

PM tucana - Paraná no pré-carnaval em Curitiba: Bate e atira em foliões

PM tucana - Paraná no pré-carnaval em Curitiba: Bate e atira em foliões
Uma intervenção da Polícia Militar (PM), logo após a apresentação do bloco pré-carnavalescoGaribaldis e Sacis, no Largo da Ordem, em Curitiba, terminou de forma violenta. Pelo menos quatro pessoas precisaram ser hospitalizadas (entre elas, um policial). Há registros de vários outros feridos, que não foram levados a hospitais.
Por volta das 21 horas, quando o bloco já havia encerrado a apresentação, milhares de pessoas ainda permaneciam no Largo da Ordem. Após um suposto ato de vandalismo contra uma viatura, próximo a Rua do Rosário, policiais da Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (Rone), começaram a dispersar a multidão. Eles desceram pelo Largo da Ordem, disparando balas de borracha e bombas de gás nos foliões.
O maior número de pessoas se concentrava na Rua Mateus Leme, próximo ao cruzamento com a Rua Treze de Maio, em frente ao Bar Brasileirinho. Dezenas de pessoas entraram dentro do estabelecimento, para fugir dos projéteis. Houve corre-corre e pessoas foram pisoteadas no tumulto.
Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma de Emergência (Siate) levou pelo menos três pessoas ao Hospital Evangélico: um rapaz de 18 anos (atingido por um tiro de bala de borracha), um homem de 21 anos e uma garota de 18 anos (ambos atingidos por garrafadas). Um policial militar também teria sido ferido por uma pedrada e foi levado ao Hospital do Trabalhador.
Cerca de 20 minutos depois da intervenção policial, o cruzamento das ruas Mateus Leme e Treze de Maio estava interditado por várias viaturas da PM e da Guarda Municipal. Indignados, foliões questionavam os policiais pela truculência. Um deles era um integrante do bloco, identificado por Luiz. Ele foi atingido por um tiro de bala de borracha na perna e sangrava por conta do ferimento. “Minha filha também foi ferida. Eu vi mulher grávida sendo prensada na parede. Tinha cadeirante desesperado querendo sair do tumulto. Para que tudo isso?”, questionou.
O integrante do bloco, o vocalista Marcel Cruz, também se surpreendeu com a ação da polícia. Ele disse que guardava os instrumentos, quando começou a ouvir as explosões. Em princípio, Cruz diz ter pensado que se tratavam de rojões, mas quando os estampidos começaram a se repetir, ele desconfiou que algo estava errado. “Eles simplesmente evacuaram o Largo na maior agressividade. O bloco já tinha acabado e tinha sido a apresentação mais linda que a gente fez. Mas era o nosso público e isso dói na gente”, lamentou.

Polícia diz que reagiu a vandalismo
O tenente da Polícia Militar, Marco Antônio dos Santos, disse que a confusão começou depois que uma viatura teria sido alvo de vandalismo por parte de alguns foliões. O carro da corporação teria sido atingido por uma pedrada, quando os policiais pediram para ocupantes de um carro baixar o volume do som. Em seguida, os policiais teriam revidado e saturado a área.
Depoimentos
O jornalista Félix Calderaro foi um dos feridos que não foi hospitalizado. Ele contou que havia chegado ao Largo da Ordem havia apenas dez minutos, quando o tumulto começou. "Eu ouvi os tiros e vi a multidão descendo.Todo mundo correu pela Mateus Leme, sentido Treze de Maio. E a PM atirando. Atiraram pelas costas. Não tinha ninguém enfrentando. Foi uma enorme covardia", relatou.
Outras pessoas que estavam no Largo entraram em contato com a Gazeta do Povo para relatar o que viveram. "Eu estava na praça sentada na calçada com os meus amigos, o bloco já tinha parado de tocar quando ouvimos quatro tiros. Quando nos levantamos, vimos a tropa de choque da polícia descendo e dandos tiros de bala de borracha em quem estava lá. Todo mundo saiu correndo, motos e mesas de bar foram derrubados, os bares começaram a fechar as portas. Os policiais nos mandavam entrar nos estacionamentos e nos bares. Eles não queriam mais ninguém na praça", conta a estudante Gabriela Becker, 23 anos, que estava no Largo no momento da confusão.
O estudante Alison Gabriel Moreira Guerreiro, 23 anos, ficou com um hematoma no braço depois de ser atingido por uma bomba de efeito moral atirada pela polícia, segundo ele. Alison conta que a polícia chegou de repente, jogando bomba em todo mundo. A maioria das pessoas correu para a Rua Mateus Leme. Ele estava próximo à Igreja da Ordem quando tudo começou. Ele não soube informar o que motivou a reação da polícia. Ele diz que viu gente sendo atingido por cassetetes e bombas. "Teve gente que foi atingido na cabeça", afirmou.






1 comentários:

EXPEDITO GONÇALVES DIAS disse...

Acompanhando seus posts, Rosangela.
Parabéns e um abraço!