O velho jargão do futebol é conhecido de todos nós. Lembro da Copa do Mundo de 1986, no jogo de estreia da Seleção Brasileira contra a Espanha, naquele 1º de Junho, a vitória por 1x0 deixou toda nação “canarinha” preocupada. Venceu, mas não convenceu.
Tive a mesma sensação ontem, no dia 6 de Março à tarde, no Plenário do Senado Federal. Com 43 apartes favoráveis, o Senador Demóstes Torres apresentou um placar elástico em uma vitória que: ao longo do dia e ao entrar da noite, reverberou nas redes sociais e logo depois no noticiário nacional de forma cautelosa.
O discurso lido por Demóstenes, explicou pouco o papel do Senador, diante da titânica engrenagem que movimenta a política Goiana e Brasileira na atualidade.
Não que eu tenha o poder de desabonar suas palavras, tampouco duvidar delas, haja vista que o cargo de Senador da República dá a Demóstenes foro privilegiado o que me impede, e impede a sociedade de ser mais incisiva até.
E quando Demóstenes exigiu uma investigação, contra ele mesmo, fez questão premente de que: “(...) agora eu é que exijo ser investigado na forma legal pelo foro adequado, o previsto na Constituição da República: o Supremo Tribunal Federal (...)” para bom entendedor, vê-se que o Senador se agarra ao mais sinuoso meio de se chegar até a verdade dos fatos.
Talvez, se oferecesse suas contas, abrindo mão espontaneamente de seu sigilo fiscal e tornasse mais fácil o escrutinamento de suas relações pessoais e empresariais, o Senador poderia ter ganhado o jogo de forma mais convincente.
Quem lê sobre a história do Senado e seus movimentos políticos sabem que o ato de desagravo de quatro dezenas de parlamentares significa muito mais que uma moção de apoio.
Dali, dos 43 apartes positivos e nenhum contra, Demóstenes enxergou que: agora, se nivelou aos seus pares. Nas suas próximas palavras na tribuna, apontar o dedo para os colegas, principalmente os de oposição, será, como ele bem disse; “como manda a boa educação...” um ato de extrema deselegância.
Um jogo vencido. Que teve sabor biliar de uma derrota parlamentar. Ali, cada senador, sentado em sua cadeira, fazendo seu aparte, transmitiu um recado simples e direto: Que o senador de Goiás, antes intocável, agora desce do Olimpo, ou do Valhalla, e torna-se um mortal.
Venceu, mas não convenceu.
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