terça-feira, 24 de abril de 2012

Gabriel O Pensador responde sobre a polêmica na Feira do Livro de Bento Gonçalves

Gabriel O Pensador responde sobre a polêmica na Feira do Livro de Bento Gonçalves



Foto: Facebook do Gabriel O Pensador
Depois da polêmica sobre cobrar um cachê de R$170 mil para participar da Feira do Livro de Bento GonçalvesGabriel O Pensador responde a respeito, através de seu Facebook oficial:

"Ja dei umas entrevistas hoje sobre a feira do livro de Bento Goncalves, mas vou falar disso aqui tambem, pra quem quiser entender. To escrevendo em um teclado que nao sei usar direito e estou muito cansado pra aprender(!), entao vai assim, sem acento e mal escrito mesmo. A Prefeitura programou para o ano de 2012, fora da feira do livro, um investimento em educacao com a aquisicao de mil livros do Diario Noturno e mil de Um garoto chamado Rorbeto, a serem doados em kits para todas as escolas da rede municipal. Total 2.000 x 35,00 = 70.000,00 reais mais impostos. Programou tambem um show meu, que a principio ocorreria no segundo semestre, com todos os custos incluidos, cache, equipe, banda, passagens, hospedagem, alimentacao, transporte de pessoal e equipamento. O total destes dois investimentos, em educacao e cultura, chega a quase 170.000 reais, ja incluindo impostos.
Este valor, de uma grande venda de livros e de um grande show somados, ainda fica abaixo de muitos caches liquidos (livres de custos e impostos) de bandas sertanejas ou mesmo pop rock, que rodam pelo pais fazendo shows para prefeituras o tempo inteiro. Show de graca pro povo, mas sempre custa dinheiro, e nao eh pouco, pra alugar som, luz, midia, palco, seguranca, pagar caches, ECAD, etc, etc.Dinheiro publico, como neste caso de Bento Goncalves,uma cidade que tem muitos recursos e realiza grandes eventos e feiras anualmente, e que pretende sediar uma selecao na Copa do mundo, motivo para dar mais enfase a tudo que possa atrair turistas e movimentar a vida do municipio. Isso fez com que a prefeitura antecipasse o meu show, para incrementar a programacao da feira do livro, na noite do seu encerramento. Eles tambem resolveram anunciar a minha presenca como patrono da feira, junto com a adocao dos livros, junto com o show, publicando o valor total, sem imaginar nenhuma reacao negativa, ja que sao valores de mercado, e sem o cuidado de explicar com mais detalhes como tinham chegado a esse valor. Ao anunciarem meu nome como patrono e a realizacao do show, me mandaram mensagens dizendo que a populacao tinha adorado a noticia, que estavam muito felizes com a reacao de todos. Tambem fiquei feliz, pois tenho tambem muito carinho pelo povo de la, e do RS como um todo. Os escritores convidados, porem ao lerem no Diario Oficial o valor do contrato (la eh tudo publicado abertamente), se revoltaram, comparando-o com o que eles ganhariam (caches simbolicos ou ate mil reais) por palestra, por acharem que o Gabriel autor receberia aquele valor para ser patrono! E alguns tambem por questoes filosoficas, de achar que uma feira do livro nao deve ter show musical.Eu discordo e acho otimo que se misture educacao e cultura, usando a musica pra atrair mais leitores e mais divulgacao para eventos literarios. poderia dar exemplos de outros trabalhos que fiz, como por exemplo quando a uma secretaria de educacao comprou cinco mil exemplares do Diario Noturno e criou eventos mistos dentro de escolas, aliando literatura, musica e teatro. Eu so palestrei, mas outros cantaram e isso ajudou a manter os alunos ligados durante dias inteiros de atividade. Questoes filosoficas a parte, o grosso das reclamacoes era sobre a disparidade entre o investimento no show e nos meus livros (supondo que era um simples cache) e o pagamento aos autores locais. Os que mais reclamaram o fizeram sem saber que os recursos nao sairam da mesma Secretaria (da Cultura) que controla a verba da feira, e sem saber que eu nao estou cobrando para ser patrono, nem pra realizar as duas palestras e mais outras atividades, como visita em escolas. O meu pagamento, alem da honra de ser escolhido patrono da feira, seria estritamente a receita liquida da venda de livros pela editora (tirando impressao e transporte de livros e outros custos) mais o cache liquido do show, a ser fatiado com empresaria, banda e equipe.Eh ate ridiculo eu escrever tudo isso aqui, mas acho que vale detalhar bem para os leigos. E pra quem quiser ter uma nocao melhor, o cache do meu show hoje esta em 60.000,00 (podendo subir de cotacao a qualquer momento, nao custa nada deixar avisado!). Nao tem nenhum segredo nessa historia e, pra quem nao sabe, o prefeito eh um cara muito respeitado por la. Em nenhum momento questionaram sua honestidade, e a conversa passou longe disso, so acharam que ele errou ao misturar a feira com o show, ao pagar pouco pros autores de um lado e fechar um negocio mais alto com um artista que tambem eh autor... Mas a intencao dele era agitar ao maximo a populacao em torno do acontecimento da feira do livro, que deveria ser a maior da historia da cidade. Ele estava super empolgado, mas agora esta enfrentando essa reacao dos escritores, com autores ameacando boicotar a feira, uma situacao ainda bem confusa, e eu dei o azar de "cair de para-quedas no meio de uma briga de gauchos", como me disse hoje, por telefone, uma das autoras convidadas, que tambem reclamou, mas nao cancelou sua palestra e vai se apresentar na feira, por um cache de cerca de 600,00 reais, um por cento do cache do meu show. Da pra entender a reacao de todos. A minha foi de surpresa. E um pouco de decepcao com as pessoas que falaram antes de se informar melhor, ou que nao mediram tanto o impacto das palavras, como reclamei por telefone com o proprio Carpinejar, que me explicou que seu protesto nao era contra o meu custo, mas contra a prefeitura por nao terem investido mais no cache dos autores locais.Antes nao tivessem concentrado todas as minhas atividades no periodo da Feira. Assim eu teria motivos para voltar mais vezes a Bento, uma cidade linda que sempre me recebeu tao bem. E poderia trabalhar em paz, me preocupando apenas em fazer o que eu gosto: interagir com as pessoas, declamar e incentivar a garotada a ler e a escrever. E subir com a minha banda no palco e me entregar de corpo e alma pra cantar minhas musicas, como eu sempre fiz (com ou sem cache)." Gabriel O Pensador
Respondendo a outros usuários do Facebook, desabafou:
"Galera, nem vou olhar agora pra tentar dormi (os comentários dos usuários em sua página oficial do Facebook), to sendo bem sincero, essa historia me fez mal, me sinto injusticado com cada piadinhha, o que rolou foi um acerto de venda de livros e um show, e depois um convite pra feira, fui pego de surpresa, to desabafando aqui, podem cancelar tudo, nao me importo com a grana, mas isso me faz mal. eu tava orgulhoso, feliz mesmo, por poder fazer esse trabalho com os livros ai, pelo show, tudo como eu escrevi agora ha pouco, nao vi nada de errado em ser contratado pra tocar e vender livros, nao descarreguem sua insatisfacao politica ou vontade de crucificar alguem em mim. estaomviajando." Gabriel O Pensador



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