Garoto da 5ª série é proibido de ler redação sobre casamento de pessoas do mesmo sexo

Garoto da 5ª série é proibido de ler redação sobre casamento de pessoas do mesmo sexo

Um garoto da 5ª série de uma escola no Queens, em Nova York, ouviu da diretora da escola que não poderia ler em voz alta a sua redação sobre casamento de pessoas do mesmo sexo, e que deveria escolher um assunto diferente.

Kameron Slade foi escolhido para ler em voz alta a sua redação para toda escola depois de ter vencido um concurso dentro de sua sala. Mas assim que a diretora descobriu que Kameron estava planejando usar o seu tempo no palco para discorrer sobre os méritos de permitir “que todas as pessoas… casem-se com quem quiserem”, ela imediatamente o impediu de seguir em frente.

“Eu não via a hora de começar a ler o meu discurso”, disse Kameron ao NY1. “Eu achei que este realmente seria um bom discurso para vencer a competição.”

A mãe dele disse que a diretora achou o tema de seu filho “inapropriado”, e disse a ela que Kameron não poderia mais participar do concurso se não escolhesse um outro tema. “Ela disse que as pessoas têm opiniões diferentes sobre o tema e alguns pais talvez não queiram que seus filhos aprendam sobre assuntos como este”, disse Kameron. Mal sabe a professora que se a escola não falar sobre isso, e de um modo ingênuo e sincero como o de um garoto de cerca de 11 anos, mais cedo ou mais tarde, todas estas crianças aprenderão com a vida, não é mesmo?

Ao ser questionado, o Departamento de Educação de Nova York disse que será dada a oportunidade a Kameron de apresentar a sua redação em algum tipo de montagem diferente”, sem dar mais detalhes.

Você pode assistir ao discurso de Kameron (em inglês) na íntegra no vídeo abaixo:

A legenda:

“O presidente Barack Obama falou recentemente sobre casamento de pessoas do mesmo sexo, com sua mulher e suas duas filhas. Algumas pessoas estão apoiando o casamento do mesmo gênero, enquanto outras são contra. Assim como o presidente Obama, eu acredito que todas as pessoas têm o direito de se casarem com quem quiserem. Casamento diz respeito a amor, apoio e compromisso. Então, quem somos nós para julgar? Se nós julgamos estas pessoas, isto é uma forma de preconceito. Nós devemos aprender a aceitar e respeitar todas as diferenças.

No ano passado, eu tive a oportunidade de sair com a minha mãe e duas amigas, Laura e Kiana. Estas duas mulheres estão juntas em um relacionamento. Elas têm uma filha linda, chamada Keila. Algumas pessoas podem discordar sobre o relacionamento das duas. Depois de passar o dia com elas, jantar com elas, minha mãe me explicou o relacionamento delas. Aquela família é como qualquer uma outra: é feliz e amam umas às outras. A única diferença é que existem ali duas mães, em vez de uma mãe e um pai.

A partir desta experiência que era nova pra mim, eu fiquei curioso em aprender mais. Minha mãe é muito aberta comigo para falar sobre casamentos do mesmo sexo, no entanto, muitos adultos sentem-se desconfortáveis e acham que este é um assunto inapropriado para falar com crianças. Mas os adultos têm de perceber que, conforme as crianças forem crescendo, elas vão entrar em contato com estas questões maduras que acontecem no mundo.

Se as crianças leem ou assistem às notícias, elas podem aprender coisas como o casamento do mesmo sexo. Então, por que a tentativa de esconder assuntos como este?

Para concluir, eu espero que todos entendam quão importante é respeitar todo mundo, pelo que cada um é. Casamento entre pessoas do mesmo sexo está se tornando cada vez mais frequente. Eu acredito que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seria melhor aceito em todo o mundo se os nossos pais e professores discutissem estas questões com as crianças.”

Pausa para lágrimas e aplausos para Kameron.

E por aqui? Como andam as nossas escolas brasileiras? Sintam-se em casa pra falar sobre isso aí embaixo, pessoal.

Jezebel

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