Em discurso sobre liderança feminina realizado na noite desta segunda-feira, durante a abertura do Women's Forum Brazil, edição regional de fórum global sobre liderança feminina, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a demanda por recursos humanos não permite qualquer tipo de discriminação ou preconceito no ambiente corporativo.
Para a presidente da Petrobras, cotas ou medidas que destinem espaço a mulheres no ambiente corporativo não são a solução para se alcançar a igualdade de gênero, embora seja essencial que os líderes estejam atentos e combatam o preconceito em todos os níveis das empresas.
"É um problema sutil e perverso, que machuca", disse Graça, referindo-se a situações de discriminação motivadas por qualquer tipo de diferença. Graça citou casos que presenciou, como o de uma profissional qualificada que foi preterida para um cargo de liderança. Lembrou também da regra que impedia que mulheres prestassem concursos para determinadas áreas da Petrobras quando ingressou na empresa, há mais de 30 anos. "A demanda por recursos humanos é tão expressiva que não há espaço para preconceito", acrescentou.
Apesar de a Petrobras não possuir programa de cotas ou de desenvolvimento específico para mulheres, Graça Foster disse que a empresa aposta no trabalho de base para uma cultura de diversidade. Ela observou também que o avanço da tecnologia facilitou o trabalho em determinadas áreas, como as de plataformas, onde a força física já não é mais um requisito.
Ainda assim, Graça é a primeira mulher a comandar a companhia, na qual 16% dos funcionários são do sexo feminino e apenas seis posições de gerência-executiva são ocupadas por mulheres - comparadas a 48 homens no mesmo nível hierárquico. Graça espera que a presença feminina cresça nas corporações, inclusive no setor de petróleo e gás. "Na medida em que você tem mais mulheres, aceita mais as diversidades e tem uma empresa mais rica, feliz e muito mais competitiva", disse.
(Letícia Arcoverde | Valor)
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