sábado, 22 de setembro de 2012

Em plena crise, Brasil eleva renda e reduz desigualdade

Em plena crise, Brasil eleva renda e reduz desigualdade 

Evolução ainda é considerada tímida, mas é um excelente resultado para um período de crise econômica internacional
A renda média mensal do brasileiro cresceu 8,3% entre 2009 e 2011 e foi fundamental para diminuir a desigualdade no país ao longo do período, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O estudo aponta que a parcela dos 10% mais pobres da população teve o maior aumento, 29,2%, enquanto o 1% mais rico teve 4,3% de crescimento.
Com isso, a diferença entre os dois estratos populacionais caiu, apesar de continuar grande. De acordo com a pesquisa, a média dos rendimentos dos mais ricos era 107 vezes maior do que a renda média dos mais pobres em 2009. Em 2011, e a proporção caiu para 87.
“A gente observa que os maiores aumentos aconteceram, de forma geral, nas classes de rendimento mais baixo. Isso tem um reflexo direto no índice de concentração de rendimentos, que a gente mede por meio do índice de Gini”, afirma a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira. O índice de Gini, que calcula a intensidade da desigualdade, recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011 no país. Quanto mais próximo de zero, menor é a concentração da distribuição de renda.
Na média, o rendimento do brasileiro saltou de R$ 1.242 para R$ 1.345. Todas as regiões tiveram aumento, mas a região Sul foi a que teve crescimento mais modesto, de 4%. No Nordeste, o aumento foi de 10,7% e no Centro-Oeste o crescimento ficou em 10,6%. No Sudeste o aumento da renda foi de 7,9% e no Norte, 7,7%.
Para o economista Luciano D’Agostini, do grupo de pesquisas em Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento, os aumentos de renda são significativos. “Nesse aspecto, o Brasil teve desempenho razoável diante da crise mundial. Sem desemprego alarmante, a população tem acréscimo de renda, consome e mantém a economia mesmo diante de um cenário adverso”, afirma. No que diz respeito à desigualdade, o economista pondera que a evolução é tímida. “Para resultados mais expressivos, seria necessário um investimento muito maior do PIB em educação. Sem isso, a queda na desigualdade tem um limite”, completa.
O papel do emprego
A taxa de desocupação também diminuiu no período. Em 2009, a taxa de desempregados era de 8,2% e em 2011 caiu para 6,7%, a menor da história. A região Sul, que já tinha o menor índice a três anos, de 5,9%, reduziu a taxa para 4,3%.
“O grande trunfo do Brasil foi a manutenção dos empregos neste período, segurado pelo setor de serviços”, defende D’Agostini. A taxa de ocupação se manteve praticamente estável, com alta de 1,1%. Os serviços empregaram mais dois milhões de trabalhadores, com alta de 5%, e a construção civil absorveu um milhão de novos profissionais, o que representou uma variação positiva de 13,6%. Estes resultados compensaram as perdas de dois milhões de vagas na indústria e na agropecuária.
Internet amplia presença nas residências brasileiras
Agência O Globo
O computador com internet foi o bem cuja presença mais aumentou nos lares dos brasileiros (39,8%) entre 2009 e 2011, seguido de microcomputador, 29,5%, e telefone móvel celular, 26,7%. O único item que apresentou redução foi o rádio, com queda de 0,6%, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Em 2011, o país possuía 77,7 milhões de pessoas com mais de 10 anos (46,5%) com acesso à internet de alguma forma (em casa, na escola, no trabalho). Trata-se de uma alta de 14,7% sobre 2009, de quase 10 milhões de pessoas. O número de pessoas com celular também avançou. Em 2011, 115,4 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais tinham celular, isto é, 69,1% do total. Trata-se de um salto de 23,1% sobre 2009.
Celular e renda
Segundo a pesquisa, 89,9% dos brasileiros possuíam telefone celular ou fixo em 2011. Só fixo aparece em 3,5% dos lares. Fixo e celular estão em 36,7% das residências. A faixa etária de 25 a 29 anos é o grupo que mais tem celular (83,1%). De acordo com a gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, quanto maior a renda, maior a proporção dos domicílios que tem um e outro. “Os domicílios com rendimento maior ainda mantêm telefone fixo. Quanto maior o rendimento, menor o percentual de ter somente celular”, disse. A gerente da Pnad informou que 95% dos domicílios com rendimento de mais de 20 salários mínimos têm computador com acesso à internet. A televisão encerrou 2011 em 59,4 milhões de lares e o DVD, em 46,3 milhões. O fogão esteve em 60,4 milhões de lares e geladeira, em 58,7 milhões.



Gazeta do Povo

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