Após prometer rever contratos terceirizados da Prefeitura, candidato do PRB diz a representantes da Segurança que pretende manter os acordos como estão
Tiago Queiroz/AE
Russomanno: "Existe um mal entendido entre o que tenho dito à imprensa e o que chega a empresários"
Russomanno vem fazendo uma série de promessas na área da segurança. Chegou a ser questionado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) a respeito de seu plano de aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana. Nesse contexto, repórteres perguntaram para o candidato do PRB no sábado se ele iria utilizar os guardas civis em serviços hoje realizados por terceirizados, e com isso rever os contratos de segurança privada. "Mas é claro que vou (rever os contratos). Eu quero a GCM fazendo a segurança da cidade de São Paulo. Eu quero a GCM fazendo a segurança das escolas. Inclusive no entorno das escolas, onde a gente não tem segurança e temos o tráfico e o crack tomando conta das escolas", afirmou Russomanno.
Num outro evento, já nesta semana, o candidato afirmou aos jornalistas, após encontro com servidores federais na zona oeste: "A Prefeitura está gastando R$ 120 milhões em segurança privada quando poderia estar usando isso na Guarda Civil Metropolitana. O que nós temos aí é desvio de dinheiro". O candidato do PRB ainda fez uma série de questionamentos: "Por que terceiriza tanto? Por que não faz diretamente? Por que não prestigia o funcionário público? Por que paga mais para o terceirizado do que se paga para o funcionário público?"
Ontem, a assessoria de imprensa de Russomanno chegou a divulgar o evento que teria com empresários de segurança privada de São Paulo, na zona norte da cidade. Horas depois, porém, a assessoria informou que o encontro seria fechado à imprensa. A convite de um empresário, o Estado acompanhou a reunião.
Os representantes do setor cobraram o candidato do PRB logo no início. Pediram que ele "olhasse com mais carinho" sua proposta de rever os contratos.
Vice-presidente de um sindicato empresarial, João Eliezer Palhuca afirmou que o serviço prestado pela segurança privada tem papel "suplementar" para a segurança pública. Segundo ele, empresas particulares são responsáveis por 40% dos serviços prestados aos órgãos públicos.
"A prefeitura é grande utilizadora do serviço. Nossa atividade funciona como atividade suplementar à atividade de segurança pública à medida que ela não consegue suprir a demanda", disse.
Russomanno, então, disse ter havido "um mal entendido". Ressaltou que, se eleito, vai manter os contratos com as empresas. "Existe um mal entendido entre o que tenho dito à imprensa e o que chega aos empresários. (O plano) É conviver pacificamente com todos aqueles que querem fazer segurança pública. Nada a respeito de afastar as empresas de segurança dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos", afirmou.
Não é a primeira vez que Russomanno diz ter sido "mal entendido". No dia 1.º, o candidato do PRB prometeu rever os incentivos fiscais da Prefeitura para a construção do estádio do Itaquerão, na zona leste. "Vamos assumir dia 1.º e verificar de que formas as coisas estão sendo feitas. O que for legal, o que estiver atendendo aos interesses da população, nós vamos manter; o que não estiver, vamos rediscutir." No debate da Rede TV entre os candidatos, no dia 3, Russomanno negou que sua intenção seja rever a medida chancelada por Kassab.
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