segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Presidente do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, se posiciona sobre a polêmica do lugar das baianas de acarajé na Copa de 2014

Presidente do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, se posiciona sobre a polêmica do lugar das baianas de acarajé na Copa de 2014


Márcio Griô
Discutir o lugar das Baianas de Acarajé na Copa ou em qualquer outro evento é uma questão relacionada à identidade do povo brasileiro. O discurso de inclusão social desloca os saberes das tradições orais para um lugar de subalternos e excluídos, como se eles precisassem de atos salvadores e assistenciais pra inclui-los num mundo organizado por uma lógica neoliberal.
 Somos aprendizes das tradições, e esse sentimento ressignifica a nossa identidade e visão de mundo, portanto, proponho uma inversão: a questão é saber como a FIFA vai incluir os empresários no contexto tradicional dos jogos da Fonte Nova, regido por amendoim, capoeira, acarajé, pipoca, picolé, samba, futebol, ginga e muita malícia. Devemos considerar que estes sim são os atores principais para os quais devem ser direcionadas as maiores fatias dos bolinhos da economia criativa da cultura. O ofício das Baianas de Acarajé já tinha o título de Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN, e o Conselho Estadual de Cultura da Bahia aprovou por unanimidade, em setembro de 2012, a sua inscrição no Livro Especial de Saberes e Modos de Fazer do Estado. 
Minha saudação aos nossos antepassados dos tabuleiros! E o meu acarajé é com pimenta!

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