Rio -  O Papai Noel chegou atrasado, mas não faltou para David Eduardo Dias, 12 anos. O menino não pediu videogames, tablets ou brinquedos.

Morador do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, ele queria de Natal uma vaga no Ginásio Experimental Olímpico (GEO) Juan Antonio Samaranch, colégio municipal do bairro, em tempo integral e voltado para o esporte. Conseguiu.

Comovido com o pedido, contado com exclusividade por O DIA, o prefeito Eduardo Paes concedeu ao garoto o direito à vaga na unidade em caráter excepcional, já que ele não havia sido classificado.
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A secretária de Educação Cláudia Costin ‘presenteou’ o menino David Eduardo e a mãe dele, Ana Paula, que dará aulas de dança na unidade | Foto: Fernando Gonçalves / Agência O Dia
“O prefeito quis dar este presente, porque David colocou a educação em primeiro lugar. Queremos jovens como ele, que pensam no futuro”, contou a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, que deu a notícia a David. Em 2013, ele inicia o sonho que pode levá-lo à universidade, onde pensa se formar engenheiro eletrônico.

A mãe de David, Ana Paula Dias, 32 anos, chorou emocionada ao saber que o filho garantira a matrícula.

“Ele procurou o diretor da escola sem eu saber para tentar a vaga. Fiquei surpresa”, diz a estudante da Faculdade de Licenciatura em Dança, que não vai mais precisar abandonar o curso para levar o filho a outra escola no Caju. “Agora, dá para ir a pé”, vibrou o jovem, que vai cursar o 6º ano do Ensino Fundamental.
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Alunos da unidade que, segundo o Ideb, é a quarta melhor do estado | Foto: Divulgação
Ana Paula também foi presenteada. Cláudia Costin a convidou para dar oficinas de dança afro-brasileira em uma das escolas da rede. “Já aceitei. Vou poder continuar meu curso e ainda vou receber para dar aulas. É um presente duplo”, agradeceu.

Na nova escola, David terá oito horas de estudo por dia, duas delas dedicadas à prática esportiva. No 6º ano, os alunos têm aulas obrigatórias de xadrez e natação. Nos anos seguintes, os estudantes escolhem outras modalidades olímpicas.

“Os alunos têm que ser bons no esporte e tirar boas notas nas disciplinas para continuar treinando”, diz a secretária.

A média para passar de ano é 6 nas provas bimestrais. Além da rotina de treinos, os alunos têm mais aulas Português, Matemática, Ciências, Inglês e de reforço.

Vitória da mobilização do Maracanã

Pais, alunos e servidores da Escola Municipal Friendenreich, no Maracanã, comemoram ontem uma vitória: a trégua de um ano na luta contra o fim da unidade. A secretária Claudia Costin comunicou às famílias que a escola ficará de pé durante o próximo ano letivo.

A Friendenreich, que é a 4ª melhor do estado no Ideb, estava ameaçada de demolição para a construção de duas quadras de aquecimento provisórias para a Copa de 14 e as Olimpíadas de 16.

“Não teria sido possível sem o engajamento dos pais e professores para que fosse mantido o projeto pedagógico”, disse Daniela Orofino, uma das coordenadoras da campanha no Movimento Meu Rio, que recolheu 20 mil assinaturas contra a derrubada.

Segundo a secretária, a garantia foi dada pelo secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner. Depois da trégua, os alunos poderão ser transferidos para novo prédio no terreno da Escola Municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca.