quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Minhocas acham tudo normal

Minhocas acham tudo normal

Para nós o Ano Novo traz a brisa que nos incentiva a lutar por um novo mundo, um novo sistema

Vito Giannotti - Brasil de Fato


Começa mais um ano: calor, cerveja, carnaval, futebol, novela, big brother e até o papa virá ... Tudo normal. Tudo normal, não! Para os conservadores pode até estar tudo certo. Para os revolucionários, não. Se os primeiros continuam achando, como sempre acharam , que nada é possível mudar porque a eles interessa que nada mude, para nós o Ano Novo traz a brisa que nos incentiva a lutar por um novo mundo, um novo sistema.
O pensamento conservador permeia a sociedade e faz com que muitos reproduzam esta forma de ver o mundo. Por isso, é comum ouvirmos o trabalhador mais simples, a quem mais interessam as mudanças, dizer nos elevadores dos prédios das cidades: “É assim mesmo; sempre foi assim. Fazer o quê?” O pensamento conservador faz com que as pessoas aceitem tudo como está. “Não precisa mudar”. “Não dá para mudar”.
O revolucionário, por sua vez, não aceita nada como definitivo, imutável, “imexível”. Indigna-se com quase tudo e se dispõe a combater o que considera errado. Muitos alimentam-se desta passagem dos anos para se perguntar: “O que dá para mudar? O que precisa mudar? O que fazer?”
Primeiro passo: abrir os olhos
Há dois grupos de jovens cariocas, um de funk, outro de rap, que adoro. O MC Leonardo canta um funk com um refrão muito explícito: “Tá tudo errado! Tá tudo errado!”. O Bonde da Cultura, grupo de jovens revolucionários, num de seus raps, repete mais dez vezes: “Vamos derrubar o sistema”.
É... mas para derrubar o sistema e construir outro é preciso estar informado, de tudo. Saber quantos pobres, pretos, favelados foram assassinados na noite de Natal pela polícia a serviço do sistema. Não basta saber que a Índia é campeã mundial de hanseníase, isto é, lepra. É preciso saber que o Maranhão supera o índice da Índia e que aqui no Rio, no coração das futuras Olimpíadas, há o município de São João de Merití que supera o índice do Maranhão.
Na Venezuela de Chávez não há mais analfabetismo. O mesmo na Bolívia com Evo Morales. E aqui no nosso país, quantos analfabetos há? Analfabetismo não é normal. Conviver com o racismo e o preconceito racial tão caro à elite escravagista que sempre controlou o nosso país, não é normal.
E desde quando é normal o salário mínimo ser dos mais baixos da América Latina e a mídia, capitaneada pelo jornal O Globo reclamar de um aumento de R$ 4 além do valor estabelecido pelo governo, em 2012, para 2013?
Não é normal. Assim como não é normal não ter nenhum torturador da Ditadura de 1964 presos quando há generais ex-presidentes presos na Argentina, Uruguai e Chile.

Segundo passo: se organizar
Ter consciência é mesmo o primeiro passo. O seguinte é se juntar às organizações existentes ou criar novas: partidos, sindicatos, centrais, associações, uniões de jovens, de velhos, de rebeldes, de todo tipo de inconformados e forçar mudanças, de mil formas.
Mudanças na vida prática, nas leis e na visão de mundo de milhares e milhares. Para isso, precisa fazer mil coisas. Uma das principais é criar nossos canais de comunicação. Sim, criar nossa mídia, cada vez melhor e mais forte.
O ano de 2013 está aqui. Vamos domá-lo, que nem um cavalo bravo!
Mãos à obra. Brasil de Fato faz 10 anos. Parabéns! Vamos potencializá-lo, e que mais 10 conjuntos de comunicação de esquerda nasçam neste 2013.

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