terça-feira, 19 de março de 2013

Religiosos que unem e acolhem famílias diversas

Religiosos que unem e acolhem famílias diversas


Religião x sexualidade

Mães pela Igualdade


Como eu já disse antes, a aceitação é fruto do amor pelo filho e a busca é dentro de nós mesmos. Como já percorri esse caminho e sei o quanto é difícil, talvez possa ajudar.   Entendo que a maioria das pessoas necessita do sagrado e da fé . Tenho minha crença, mas respeito  todas, inclusive a falta dela.  Acredito que o verdadeiro amor reside no respeito ao próximo e jamais minha consciência me permitiria a tentativa de impingir minha fé a alguém. Quando vemos os extremistas condenando, acusando e julgando nossos filhos, o chão nos foge, desequilibramos e fica muito complicado encontrar o eixo. Os  fundamentalistas destroem aos berros nossas famílias. Plantam sua semente de ódio,  levando com eles a harmonia dos nossos lares, com a pretensão, como diria o Pastor Ricardo Gondim, de que  são os últimos depósitários da revelação de Deus. Mas acreditem, não é bem assim.
Sempre tive a preocupação de pesquisar e estudar e encontrei alguns religiosos realmente  que pregam o amor e que são um verdadeiro bálsamo para nossas almas.  Que unem e acolhem nossas famílias sexodiversas e que são equilíbrio, alento e paz.
Selecionei alguns destes condutores de  vida e esperança.  Vou fazer uma síntese. O assunto é extenso, não conseguiria me aprofundar em todos de uma só vez, porque ao contrário do que querem fazer crer os fundamentalistas e letristas, são muitas as almas doces que estão ao nosso lado.   Almas que primam pelo equilíbrio, a sabedoria e a instrução. Propagadores do amor ao próximo pelo simples exercício do amor. Amor pleno, desinteressado e despojado. Vou apresentar alguns rapidamente, e depois, vou  me ater ao Padre Luís Corrêa Lima, por ser nosso país,  um país Católico.  Essa religião que nada tem de morta ou fajuta, como disse certo deputado.
PASTOR RICARDO GONDIM
Ricardo Gondim, Presidente Nacional da Igreja Betesda,  é um dos poucos pastores evangélicos a criticar o extremismo religioso e a militância anti-gay de muitos dos seus pares.  Sua posição é sempre a favor dos direitos homoafetivos e da laicidade estatal.
Algumas de suas declarações:
“Temos que aceitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade..”
“O Brasil é um país Laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito dos outros”.
“É muita pretensão do movimento evangélico acreditar que é o último depositário da revelação de Deus”.
“Em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos, e buscam construir relacionamentos estáveis”.
ARCEBISPO DESMOND TUTU
“O ÓDIO CONTRA GAYS É TÃO CONDENÁVEL QUANTO O RACISMO.” DISSE DESMOND TUTU,  ARCEBISPO SUL-AFRICANO  (IGREJA ANGLICANA). As declarações de Tutu foram feitas numa conferência da Igreja Anglicana realizada no Quênia em 2007.
“Fico perturbado quando vejo que, diante de problemas horrendos que assolam a Africa, nós religiosos, estamos nos concentrando em assuntos como quem faz o que com quem na cama. Penalizar alguém por sua orientação sexual é o mesmo que penalizar alguém por algo que a pessoa nada pode fazer a respeito, como a cor da pele. Ao fazer isso a Igreja persegue um grupo que já é perseguido.”
*Arcebispo Desmond Tuto , da Igreja Anglicana, Prêmio Nobel da Paz – 1984 por sua luta contra o apertheid.
RABINO NILTON BONDER
Nilton Bonder é Rabino ordenado pelo Jewish Theological Seminary de Nova York. Sua forma de ajudar as pessoas é resgatar os ensinamentos da tradição judaica e traduzí-los para uma linguagem acessível aos adeptos de qualquer religião.
No que se refere a homossexualidade, o rabino explica que o judaísmo tem várias ramificações, e cada uma tem posição própria sobre o assunto: umas são mais inclusivístas, outras são mais reacionárias. O texto básico bíblico, diz Bonder,  proíbe ou não valida a homossexualidade, mas o faz por causa da visão da época em que foi escrito, ligada ao tribalismo e às suas necessidades societárias, como o aumento populacional de um reino cercado por povos inimigos
“Digamos que estamos falando de homossexuais como seres humanos, de homossexuais que querem ir ai “shul” (ou “shil”, dependendo da origem deste homossexual), que diferem quanto a sua visão religiosa, alguns ortodoxos, alguns liberais, alguns chassídicos; homossexuais que tal qual heterossexuais dirigem seus corações aos céus.”
“Opressão é opressão e os oprimidos se sentem oprimidos. Ninguém melhor do que integrantes do grupo PLAG ( Parents of Lesbians and Gays) pode expressar isto numa linguagem simples. São estas pais parecidos às mães da praça de Maio? Do ponto de vista humano, sim. Afinal, o grande sofrimento humano é aceitar-se como se é para poder, só a partir deste conhecimento, tornar-se melhor, mais humano. Muitas vezes a diferença tem barreiras humanas dolorosas que devem ser respeitadas.”
DALAI LAMA
O Budismo, principalmente na sua forma ocidental, é uma das religiões mais tolerantes com a homossexualidade. O Dalai Lama que não é uma espécie de papa budista, mas goza de grande popularidade devido a causa do Tibet e a sua visão humanista e ecológica, enviou mensagem de solidariedade aos gays reunidos, no início de Abril de 2006, para o congresso da Associação Internacional de gays e lésbicas,  ILGA, em Genebra na Suiça. No texto o líder religioso afirmou estar consternado com “os relatos de violência e discriminação contra gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros”. E pediu respeito, tolerância e pleno reconhecimento dos Direitos Humanos para todos”.
Foi a primeira manifestação de Dalai Lama sobre o assunto que deve tornar o budismo ainda mais popular entre os gays. O discurso limpo, sem preconceitos, reflete bem a característica objetivada no budismo da evolução e desprendimento das chamadas “ilusões” terrenas.
Luis Corrêa Lima, padre Jesuíta, com formação em filosofia e teologia, doutor em História e professor do departamento de Teologia da PUC-Rio
O Padre Jesuíta Luís Corrêa Lima é uma voz atuante dentro da Igreja Católica pela aceitação dos homossexuais e na luta contra o preconceito e a homofobia. Docente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Luís Corrêa Lima viaja pelo mundo propalando a mensagem de aceitação da comunidade LGBT  (lésbica, gay, bissexual e transgênero), e de que nenhum ser humano é mero hétero ou homossexual, mas antes, uma criatura divina.
Sabemos melhor que ninguém que nossos filhos não optaram, e que são injustamente julgados, então, presenteio vocês, com  a palavra lúcida, sensata e amorosa do Padre Luís. Assistam aos videos e entendam melhor a condição dos nossos filhos através de um olhar carinhoso.
Fontes:  ”O Pastor Herege”/Revista Carta Capital/Entrevista à jornalista Yasmine Saboya no programa “Sala de Convidados” (partes 1 e 2)
Nilton Bonder: “Um Rabino Fora de Série”/Super Dom Entrevistas.
Flogão: Rabino Nilton Bonder sobre homossexualidade
Declarações em páginas pessoais do Twitter

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