terça-feira, 23 de abril de 2013

A gente não quer só comida, estúpido! Meia-entrada: Nenhum consumidor depende de ir ao cinema para sobreviver

Tânia Bondezan, Caco Ciocler, Odilon Wagner e Beatriz Segall apoiam a  PL 4571/08. foto no FB Décio Lima
A gente não quer só comida, estúpido! Meia-entrada: Nenhum consumidor depende de ir ao cinema para sobreviver

Mônica Bergamo:

"À MESA
Os atores Fernanda Montenegro, Beatriz Segall e Odilon Wagner, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e lideranças artísticas e estudantis se reúnem hoje à noite em jantar na casa de Eduardo Barata, presidente da APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio). Vão acertar detalhes do ato político que farão na terça, em Brasília, pela aprovação no Congresso de uma nova lei da meia-entrada."


E ele se acha no direito, aff!!!!

Meia-entrada para todos

Helio Schwartsman

SÃO PAULO - Produtores culturais, artistas e donos de cinema estão aplaudindo a aprovação, pelo Senado, de dispositivo que limita a 40% a cota de meias-entradas a ser vendida em cada evento. Se ratificada pela Câmara, a medida dará mais previsibilidade ao setor (não haverá mais shows com 70% de pagantes de meia), o que possibilita uma política mais racional de preços.

Não há dúvida de que a aprovação representará um avanço. Já há quem fale em redução de 35% no valor dos ingressos. Continuo, porém, achando que o instituto da meia-entrada é uma das coisas mais estúpidas já inventadas pelos nossos legisladores.

Para começar, ele é desnecessário. A economia de mercado está longe de ser perfeita, mas, se há uma área em que ela funciona bem, é a do lazer. Nenhum consumidor depende de ir ao cinema para sobreviver, e os empresários do setor, mais do que ninguém, têm interesse em manter a casa cheia. Desde que submetidos a concorrência, tendem a oferecer ingressos tão baratos quanto possível.

Também não sou contra qualquer tipo de subsídio, mas não vejo nenhuma razão social nem mesmo metafísica para o adulto "normal" financiar parte da entrada de uma outra pessoa apenas pelo fato de ela frequentar a escola ou ter mais de 60 anos. É não apenas possível como até frequente que o subsidiado tenha renda superior ao subsidiante.

Para arrematar o desfile de barbaridades, as coisas parecem estar se arranjando de modo a que entidades estudantis como UNE e UEEs sigam faturando alto com a emissão das carteirinhas que dão direito ao benefício. Houve tempos em que tal prática seria classificada de exploração.

Minha proposta para resolver de vez o problema é que os parlamentares generosamente estendam a meia-entrada a todos os brasileiros. Os que acreditam em mágica vão ver aí uma relevante ampliação de direitos e, no mundo real, o bom-senso econômico terá uma chance de prevalecer.

0 comentários: