segunda-feira, 13 de maio de 2013

Não creio: Carregador de mala e segurador de placa do Senado, em aeroporto, ganham entre R$ 15 mil e R$ 20 mil

Não creio: Carregador de mala e segurador de placa do Senado, em aeroporto, ganham entre R$ 15 mil e R$ 20 mil

E vocês, trabalhadores da escola pública, da saúde pública, ... ganha quanto?

E pior que ainda não vi nenhum senador a pedir para que essa sandice se acabe.

Serviço VIP do Senado em aeroporto tem carregador de mala e segurador de placa

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA



A sala de pouco mais de 20 metros quadrados mantida pelo Senado na área de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília, num corredor com outras quatro salas, é a única protegida por vidro espelhado, impedindo a visão do que acontece lá dentro.

Situada entre a seção de achados e perdidos e um posto do BB Turismo, a sala não tem janela nem ar-condicionado. Conta apenas com um ventilador simples para espantar o calor dos funcionários engravatados do Senado que lá trabalham e não ganham menos que R$ 15 mil mensais.

Conhecidos como carregadores de mala de senadores, os servidores também atuam como seguradores de placa.

No fundo da sala, atrás de uma divisória, uma espécie de área VIP não tão VIP: um sofá velho de couro preto de três lugares.

Em vez de senadores, quem usa o espaço com frequência são funcionárias de companhias aéreas que trabalham nos balcões em frente à sala e usam o espaço para esticar as pernas. A sala também serve de refeitório para elas, que esquentam suas marmitas e comem lá mesmo.

André Borges/Folhapress
Movimentação em frente à sala espelhada, que fica no aeroporto de Brasilia, onde trabalham funcionários do setor de serviços aeroportuários do Senado
Movimentação em frente à sala espelhada, que fica no aeroporto de Brasilia, onde trabalham funcionários do Senado

SEGURADORES DE PLACA

Pouco depois do meio-dia da última terça-feira (7), dois seguradores de placa saem da pequena sala em direção ao desembarque. Antes, um deles, apelidado de Bem-te-vi pelos colegas, beija gentilmente a mão de uma das funcionárias da TAM.

Caminham sem pressa até a parte interna do desembarque, checam atentamente o painel com os voos que acabaram de aterrissar e ficam prontos para sua função: posicionar estrategicamente seus papeis com nomes de convidados para audiências de comissões.

Minutos depois, chega o presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª região, desembargador federal Newton de Lucca, que seria empossado numa comissão de juristas destinada a discutir um novo Código Comercial.

Ao sair, é apresentado pelo funcionário do Senado ao motorista que o acompanhará até a Casa. O desembargador, no entanto, dispensa o serviço e fica com um motorista de sua confiança.

Pouco depois, é a vez do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Mas o nome dele não estava no papel. Os funcionários são ignorados pelo líder do PSB, que se dirige imediatamente para seu carro, com seu motorista.

Nove funcionários, com salários entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, trabalham na sala, divididos em turnos. São lotados na Coordenação de Apoio Aeroportuário.

O Senado, que defende o serviço de "receptivo de autoridades", informou ontem, em nota oficial, que suprimiu funções gratificadas e vedou o pagamento de horas extras a esses funcionários.

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