quarta-feira, 22 de maio de 2013

Tudo está fora da ordem da solidariedade: Motoqueiro atropela mendigo e o povo corre para ajudar o motoqueiro

Tudo está fora da ordem da solidariedade: Motoqueiro atropela mendigo e o povo corre para ajudar o motoqueiro

Paulo Roberto Cequinel relata como foi o atropelamento:

"Foi assim, eu vi. O da moto acerta o mendigo e leva, ele próprio, um baita tombo, e a moto desliza. Imediatamente, observem bem, alguém acode o cara da moto, que está em pé, enquanto o mendigo pede ajuda e alguém lhe diz, "calma, deita, deita". Vê-se alguém atendendo o cara da moto, o mendigo pede ajuda mais uma vez e levanta-se sozinho e vai até a calçada, e dizem "senta aí, senta aí". Ninguém o ampara, apenas dizem "senta, senta!", ordenam, mandam, e ele obedece. Mas o motoqueiro tem gente por perto, conversam com ele, estão preocupados, e estão justamente preocupados, é claro, porque a porra do tombo foi mesmo feio. 

O mendigo incômodo que atravessa o caminho do formidável e aparentemente apressado motoqueiro some das imagens, e mostram mais uma vez o cara da moto e - puta que os pariu! - o resgate heroico da porra da moto.


Ao fim e ao cabo, permitam-me a dura franqueza: para mim de modo evidente e com clareza solar, pareceu-me que as pessoas estavam muito mais preocupadas com o motoqueiro e com a porra da moto.

O mendigo, bem, esse era invisível, tanto que não foi visto nem pelo motoqueiro, nem pelas pessoas que acudiram o terrível acidente do pobre motoqueiro e da pobre motocicleta."  

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