sexta-feira, 7 de junho de 2013

PLC 122: O QUE TEMEM OS POLÍTICOS EVANGÉLICOS?

PLC 122: O que temem os políticos evangélicos?


Não consigo entender os políticos da Frente Evangélica. Já perdi as contas das vezes que ouvi o senador Mago Malta dizer que o PLC 122 deveria ser votado logo, já que certamente perderia. Líderes religiosos, como Silas Malafaia, diziam o mesmo: que tanto o PLC 122 quanto o casamento gay, caso fossem votados, sofreriam derrotas humilhantes. 

Mas agora que o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, disse que vai colocar o PLC 122 como prioridade de votação na Casa, os líderes evangélicos reclamam. O senador Magno Malta usou a tribuna do Senado para protestar contra a decisão de Calheiros. "Não pode ser votado a toque de caixa. A sociedade brasileira, acima de 80% dos brasileiros, não concorda com isso. Não quero acreditar que o presidente Renan tenha dito isso, que ele vá cometer essa atrocidade. Eu não sou homofóbico, mas o projeto não é justo. Banalizar a palavra é fácil".
Malafaia, que está em Brasília para comandar um ato em "defesa da família", disse que Renan não será "tão inconsequente assim" ao colocar o projeto em votação. "Ele não vai atropelar trâmites da Casa. Deve estar falando isso para agradar o público da Parada Gay".
Qual é o medo das lideranças? Se antes eles tinham tanta certeza que o PLC 122 perderia, o que mudou de lá para cá? 

Em tempo
O PLC 122 seguirá seu trâmite normal (será votado na Comissão de Direitos Humanos do Senado, depois na de Constituição e Justiça. Só então vai a plenário). Como foi alterado no Senado, ele terá que voltar à Câmara dos Deputados, onde será votado em plenário.

O texto que será analisado é novo, foi construído pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, em consulta o Conselho LGBT (saiba AQUI). Este novo texto garante que os pastores, padres e afins condenem a homossexualidade. O projeto de lei é muito mais de matéria penal que "moral", por assim dizer. Basicamente, ele tipifica e penaliza os crimes verbais e físicos motivados por orientação sexual e identidade de gênero. Então,o que os líderes evangélicos tanto temem?

Dilma
Caso o PLC 122 seja aprovado neste ano ou no próximo, o governo Dilma ficará marcado como o período em que os direitos da comunidade gay mais avançaram. O casamento gay é uma realidade no Brasil. A aprovação da lei de criminalização da homofobia é uma possibilidade bastante real. 

Ainda que Dilma nunca tenha dado uma declaração sobre nenhuma destas questões, seu governo ficará marcado, entre outras coisas, por essas conquistas, em especial no exterior. É estranho: é no governo da presidente que menos falou com a comunidade LGBT que seus direitos mais avançaram. 

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