quarta-feira, 12 de junho de 2013

PM prende e agride até jornalista em manifestação em SP

PM prende e agride até jornalista em manifestação em SP

PM prende até jornalista em manifestação em SP

Jornalista que realizava cobertura da manifestação está preso desde ontem
Por Rafael Zanvettor
Caros Amigos
atoSP contraAumentoOnibus2013O jornalista Pedro Ribeiro Nogueira, repórter do Portal Aprendiz, foi preso na terça-feira (11) durante a manifestação contra o aumento da passagem em São Paulo. O jornalista, que realizava a cobertura do ato, foi preso mesmo após ter se identificado como repórter. No momento ele segue detido na 2º DP, no Bom Retiro, acusado de dano qualificado e formação de quadrilha, que é crime inafiançável. Ele é um dos 20 detidos pela polícia durante a manifestação.
Helena Singer, diretora pedagógica do site Portal Aprendiz, relatou o que levou à prisão do jornalista: "O Pedro tava cobrindo a manifestação no local, ele viu um policial agredindo duas moças, decidiu intervir, e acabou sendo agredido e preso, estão tratanto ele com se ele fosse um dos organizadores da manifestação, o que não é o caso", afirmou ela. Segundo ela, o portal tentou ajudar a esclarecer a situação, mas não foi ouvido pela polícia. "A editora do site foi pra lá de madrugada para tentar conversar com o delegado, mas ele se recusou a recebê-la".
Agressão
O irmão do jornalista, Fernando Ribeiro Nogueira, detalhou como se deu o processo de detenção: "Meu irmão estava no ato pelo Portal Aprendiz, a chefe dele tinha pedido pra ele cobrir o ato. No momento que aconteceu a prisão ele tava com 3 meninas quando elas ficaram para trás, porque uma tinha asma e ficou sem ar. A polícia já veio pra cima delas para bater com o cacetete.  Meu irmão entrou na frente delas pra proteger e foi agredido pela polícia, eram 3 e chegaram mais 4, depois disso ele acabou sendo levado para a DP (78º)".
Segundo Fernando, seu irmão apresentava sangramentos e hematomas pelo corpo, decorrentes da agressão que sofreu. Na delegacia, Pedro também sofreu com o modo como o caso foi lidado: "No momento que ele foi depor sua acusação já tava feita, a advogada tentou argumentar que os dois repórteres da folha que tambem tinham sido detidos foram liberados, mas o degado levantou a voz para ela e disse que não queria saber, e hoje ele foi transferido para a 2º DP". O juiz deve se pronunciar ainda nesta quarta-feira sobre a sentença, no fórum da Barra Funda.
Manifestação
A manifestação contra o aumento da passagem aconteceu nesta terça-feira (11), e foi a terceira organizada pelo comitê contra o aumento da passagem, a maior até agora. Segundo dados do Batalhão de Trânsito da PM, mais de 10 mil pessoas participaram da marcha que percorreu o centro de São Paulo na noite da terça-feira. Os manifestantes querem barrar o aumento das passagens que subiram no dia 2 de R$ 3,00 para R$ 3,20.
Paulo Henrique de Oliveira, um dos organizadores do comitê contra o aumento da passagem fez um relato do ato. "O ato estava pacífico, a gente desceu a consolação tranquilamente, fomos até o terminal parque Dom Pedro, quando a polícia reprimiu a marcha, que se dividiu em duas. O segundo ato, que estava maior, foi a caminho da Praça da Sé, e quando chegou lá a polícia reprimiu de novo sem nenhuma explicação, porque ele ocupava apenas a praça e não a rua. Com essa repressão o ato se dividiu em vários pequenos grupos de 500 pessoas."
Violência
Segundo Paulo, a repressão ocorreu quando o ato estava tranquilo e já acabava e, com isso, dividindo os manifestantes em vários grupos menores, que resistiam para depois se reagruparem. "A Força Tática começou a perseguir gente pelas ruas, a prisão do jornalista Pedro se deu nesse momento", afirmou ele. Segundo o militante, os "quebra-quebra" ocorriam quando a polícia reprimia o ato de modo extremamente violento, violência que, para ele, fica patente pelo grande número de presos e feridos - não há uma estatística sobre o número de feridos.
"O ato está crescendo cada vez mais, tem muita juventude da perifeira, a população adere ao ato. Mas há uma campanha ideológica da mídia para transformar o ato em um ato de violência. O movimento quer negociação, mas no marco do fim do aumento das passagem, e pra isso vamos usar todas as medidas possíveis, com atos de rua , atuação de parlamentares, e reuniões com o Ministério Público", diz ele.
Novo ato
Um novo ato foi convocado para essa quinta-feira (13), às 17h, em frente ao Teatro Municipal.
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Vídeo da agressão

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