sábado, 22 de junho de 2013

"Sem violência" mas quem estiver de vermelho, apanha

"Sem violência" mas quem estiver de vermelho, apanha

“Antipartidos" expulsam quem estava de vermelho no ato do MPL

Brasil de Fato

Bandeiras de partidos e de movimentos sociais foram queimadas (foto);ato era em comemoração à revogação do aumento das tarifas em São Paulo

José Francisco Neto
Fotos: Thiago Biá
O que era para ser um ato de comemoração pela revogação do aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, virou uma praça de guerra motivada, principalmente, por pessoas ligadas à direita radical. Nesta quinta-feira (20), movimentos sociais, sindicais e alguns partidos que participaram do ato do Movimento Passe Livre, foram duramente expulsos da avenida Paulista, com suas bandeiras queimadas e seus militantes agredidos. Era apenas estar vestido com algum artigo vermelho para ser linchado por quem “defendia a democracia”.


Acuados com gritos do tipo “sem partido” e “fora PT”, os mais radicais que incitaram a violência exigiram para que até os movimentos sociais baixassem suas bandeiras. Eles argumentavam que esses movimentos também eram partidários. Houve empurra-empurra, troca de insultos, agressões físicas e a tomada de bandeiras vermelhas, que eram em seguida queimadas. Isso aconteceu até mesmo com bandeiras do PSTU, cujos militantes gritavam palavras de ordem contra o governo Dilma durante a passeata.
Uma barreira humana foi feita para isolar os manifestantes que seguiam pacificamente pela avenida Paulista. Mas não durava muito. Logo, os mais exaltados, furavam o bloqueio e agrediam as pessoas.
Para Maurício Costa de Carvalho, militante do PSOL, é normal em momentos como esse ter a diversidade de partidos comemorando algo que envolve toda a luta social. “O que é anormal é o estímulo, a ruptura desse movimento em torno da questão partidária. Eu acho que isso foi uma política bem elaborada por setores conservadores que envolvem o PSDB, se amparando numa fragilidade que os partidos têm hoje em dia, que é a fragilidade da história do PT”, considera.
“Partidos não são somente para eleição, é o fato de se organizar enquanto movimento social, movimento estudantil e outros setores”, acrescenta Rafael Silva Duarte, militante do coletivo Juntos.
Outro rapaz, de aproximadamente 20 anos, que também acompanhava a manifestação, disse ao Brasil de Fato que estava lá somente porque foi dispensado mais cedo do serviço. Ele trabalha numa ONG do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (FHC). “Falaram que ele [FHC] tinha dispensado todo mundo mais cedo para participar do ato”, explica.
Aos poucos, as pessoas que foram para participar da manifestação pacífica, foram se dispersando e indo embora. O ato, que era para ser comemorativo, terminou com violência gerada por pessoas que queriam o fim da esquerda e dos movimentos sociais na rua.

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