terça-feira, 27 de agosto de 2013

O que há nos protestos dos nossos médicos?: Há ódio, um ódio cego, impregnado dos mesmos preconceitos de classe

O que há nos protestos dos nossos médicos?: Há ódio, um ódio cego, impregnado dos mesmos preconceitos de classe e de raça

Pedro Munhoz

Mais do mesmo. A conduta dos "doutores" é mais o que o suficiente para que atestemos que eles sofrem de um tipo de analfabetismo político avançado, crônico e irreversível.

Qual é o ganho político almejado pelos branquinhos ao cercarem os cubanos no aeroporto para chamá-los de "escravos"? Intimidar os colegas de profissão para que eles voltem chorando para a barra da saia das mamães? Poderia funcionar, se o caráter grotescamente infantil dessa falsa disputa estivesse mais bem distribuído entre as partes envolvidas. Não está. Apenas os médicos brasileiros agiram como criancinhas mimadas e sem educação. Quanto aos profissionais cubanos, não precisaram fazer nada: a conduta de seus colegas brasileiros já lhes conferem, automaticamente, uma aura de seriedade, paciência e heroísmo, de forma gratuita.

Os cubanos não são os responsáveis pelo programa Mais Médicos. Não são os culpados pelas carências estruturais da saúde no Brasil. Vieram trabalhar nos rincões onde os nossos doutores não querem atender. Porque então a agressão gratuita contra eles?

A condição de trabalho deles é ruim? Ora, proteste contra isso nos lugares certos ao invés de esfregar uma alegada escravidão na cara dos profissionais em tom de provocação!

Mas não nada de racional nos protestos dos nossos médicos. Há ódio, um ódio cego, impregnado dos mesmos preconceitos de classe e de raça que alimentam e nutrem as nossas elites há mais tempo do que a Sustagem, o Cremogema e o Leite Ninho. Há um desabafo do nível daqueles que constam habitualmente nos comentários dos portais de notícias. Foi um vômito, um arroto. Não foi um protesto. 




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