sábado, 11 de janeiro de 2014

As várias justiças brasileiras

As várias justiças brasileiras

Jornal do Brasil

A Alstom - multinacional francesa envolvida no escândalo da venda de trens para o metrô de São Paulo – recusou uma oferta para encerrar de vez com a investigação sobre pagamento de propina para obter contratos: a empresa pagaria uma multa e, simplesmente, estaria livre das acusações. A rejeição da oferta foi justificada com a alegação de que não há provas de que fez o pagamento ilícito. A proposta, sem levar em consideração as afirmações da Alstom, revela situações distintas no tratamento a indiciados pela Justiça no país.
A opção dada a Alstom – partindo-se da premissa de que a Justiça é igual para todos – deveria ser  estendida também aos réus do mensalão, principalmente os que foram presos sem prova, como José Dirceu, José Genoino e outros petistas, colocados atrás das grades por conta de uma teoria exdrúxula e anacrônica do “domínio do fato”. Se a Justiça é igual para todos, a multa que está sendo cobrada de Genoino deveria livrá-lo da reclusão.
O tratamento diferenciado ocorre ainda para os vários réus da Ação Penal 470 que acata apenas em alguns casos solicitações idênticas. Quando José Dirceu pediu permissão para trabalhar num hotel em Brasília foi quase que condenado novamente por um novo crime. Já o mensaleiro Pedro Henry, ex-deputado federal pelo PP-MT, cumpriu nesta quinta-feira (9) seu primeiro dia de trabalho num hospital de Cuiabá. Henry, condenado a sete anos e dois meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de ter sido transferido para sua terra natal, benefício que não foi concedido a Dirceu, vai ganhar um salário de R$ 7.500,00 e dará expediente diário no hospital das 6h às 19h nos dias úteis e até às 14h nos sábados.

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