quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pane no metrô?: Vandalismo bombril


Pane no metrô?: Vandalismo bombril

Recordar, Repetir e Elaborar

Toda semana – para não dizer todo dia -, acontece alguma pane no metrô. A causa é sempre a mesma: “falhas técnicas” ou “falhas no sistema”. Quando o governo do estado de São Paulo aventura-se a dizer qualquer coisa que vá além de “a pane ocorreu devido a uma falha técnica no sistema” ou “uma falha no sistema técnico acarretou uma pane”, num loop de blablablá retórico infinito, joga a culpa no usuário. O metrô é tão bom, vejam vocês, que fica superlotado, aí o pobre do metrô não aguenta. Afinal, quem é que manda todo mundo trabalhar das 8h às 18h e querer pegar o metrô ao mesmo tempo?
(Teve também aquela vez em que disseram que a culpa foi – e de quem mais seria? – do PT, mas como estou bem-humorada vou botar essa atribuição de culpa exclusivamente na conta da maluca da Soninha.)
Ontem, porém, tivemos uma novidade. 
A culpa não foi de uma “falha técnica”, da superlotação do metrô e nem mesmo dos petralhas.
E de repente me vi pensando que os vândalos são uma verdadeira bênção para os nossos governantes e para a gente-de-bem-que-acorrenta-gente-do-mal-no-poste. Vândalos são um bombril coletivo que explica e justifica tudo. Um bilhão e meio de investimento em segurança na Copa do Mundo? Ah, mas é para conter os vândalos. Exército na rua no dia do leilão do pré-sal? Vândalos, poxa. Porrada em bloco carnavalesco? Vândalos, como não. Justiceiros pelas ruas do Flamengo? Bandidos e, se bobear, vândalos também.
Pane no metrô?
Vândalos, é claro.
Se os vândalos já vinham justificando as mais diversas bárbaries desde junho, por que não dar um passinho a mais e fazê-los justificar também a incompetência da administração pública?
Eu não sei onde estavam os vândalos nesses últimos 20 anos de panes e problemas no metrô – por algum motivo, eles só resolveram agir ontem.
Mas a Siemens, a Alstom e o PSDB paulista, esses eu sei bem.

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