quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mude o mundo, não seu corpo

Mude o mundo, não seu corpo

No Despedida de Ana e Mia

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“Vocês se acham bonitos? Pois eu me acho linda! Podem me chamar de convencida, eu não ligo. Antes de tudo, EU preciso me sentir bonita.”

Quando eu era considerada gorda para a sociedade, a única coisa que as pessoas sabiam de mim é que eu era gorda. Eu estava rotulada como uma preguiçosa ou uma vergonha para o “padrão de corpo e beleza”.
Eu também era o pior pesadelo para alguns. Era a razão de certas pessoas irem para a academia, porque tinham medo de que se tornassem como eu. Era a razão para elas fazerem tantas dietas e para terem tantos remédios enganadores emagrecedores. Essas pessoas fazem de tudo e chegam a prejudicar a própria saúde, só para não terem o corpo que eu tinha.
Me respondam: vocês se acham bonitos? Pois eu me acho linda! Podem me chamar de convencida, eu não ligo. Antes de tudo, EU preciso me sentir bonita.
A forma como vemos o nosso corpo determina a forma de participar do mundo. Baixa autoestima pode levar a medos de relacionamento, emprego, diversão… Já vi muita gente que prefere morrer do que viver nos corpos que habitam. Eu já fui assim e me recuperei desses pensamentos. Se eu consegui, você também consegue!
O mundo e essa ideia do “padrão de beleza” precisam mudar. E você pode fazer isso da seguinte forma: sendo feliz com o próprio corpo. Afinal, a felicidade não tem tamanho, a aceitação também não. Então, por que os corpos e as roupas precisam ter um tamanho pré-determinado?
Recentemente, li a respeito de uma palestra feita por Jess Baker, fundadora da Body Love Conference. Ela diz que, em geral, quando olhamos para pessoas gordas, sentimos repulsa, nojo, ódio e até diversão. E a razão para essas reações, mesmo que involuntárias, é porque corpos gordos só são retratados em nossos meios de comunicação de três maneiras: engraçado, estúpido ou como vilões.
Jess cita o exemplo de alguns personagens com excesso de peso, como Homer SimpsonPeter Griffin,Jabba the Hutt e Ursula da Pequena Sereia, provando sua teoria. “Quando vemos alguém gordo ser o herói, quando vemos alguém gordo ser sexy, nossos cérebros travam porque não sabem como processar essa ideia”, disse ela em sua palestra.
Se mudarmos a forma como NÓS agimos em relação ao nosso corpo, as mídias serão obrigadas a modificar como retratam esses personagens. Vão parar também de forçar nossa autodepreciação e as dietas enganosas.
Então, mude o mundo, não seu corpo! Fale para si mesmo hoje e todos os dias: eu me acho linda (o)!

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