quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Os olhares femininos e o inconsciente coletivo
O belíssimo filme Lemon Tree, talvez não tenha tido a intenção de abordar a quetão sutíl dos olhares femininos.
Abordou de maneira competente, e sem maniqueismo, os dramas humanos vivídos pelos palestinos na questão territorial com Israel, mesmo sendo o diretor do filme isralense.
Porém a interpretação forte das duas atrizes que vivem os papéis de Salma e Mira, transmitiram-me essa força dos olhares femininos e a sensibilidade para se descobrirem, como iguais num cenário de tantas diferenças.
Duas mulheres que não se comunicavam verbalmente, por não falarem o mesmo idioma e por estarem separadas pelas cercas de arame farpado e pelas metralhadoras dos soldados israelenses, conseguiam um grau de comunicação espiritual que superava qualquer outro tipo de comunicação.
Salma, a mulher palestina,é oprimida pelas questões políticas da Palestina com Israel e pelo seu entorno cultural de controle do homem sobre a mulher. Na parede da casa de Salma há uma foto do marido morto que diz tudo sobre essa dominação.
Mira, a mulher israelense, é oprimida e censurada por ser a esposa do ministro e, por essa condição, não poder se manifestar e expor seus sentimentos e opiniões sobre o drama.
Muitas mulheres já devem ter passado por experiências semelhantes, comunicar-se efizcamente pelo olhar com outras mulheres que não conhecem ou que nunca viram.
Uma explicação para essa sensibilidade dos olhares, talvez esteja no inconsciente coletivo, descrito por Jung:
Inconsciente Cole(c)tivo, segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, é a camada mais profunda da psique humana. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados da humanidade. É nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.
A existência do inconsciente coletivo não é derivada de experiências individuais, tal como o inconsciente pessoal, trabalhado por Freud, embora precise de experiências reais para poder se manifestar.
Tais traços funcionais do inconsciente coletivo foram chamados por Jung de arquétipos, que não seriam observáveis em si, mas apenas através das imagens que eles proporcionam. Wikipédia
As mulheres de todas as sociedades e em todos tempos, tem sido dominadas pelos homens, essa situação de dominação formou o material humano herdado pela humanidade segundo o conceito de Jung.
Assisti a esse belíssimo filme e em seguida vi o programa eleitoral da candidata Dilma Rousseff, no qual ela visitou o grupo de mulheres de Canoas no Rio Grande do Sul, Mães pela Paz.
Claro que há toda a técnica e edição de imagens para fazer uma peça publicitária do horário eleitoral. Mas os olhares trocados entre a candidata Dilma e uma das mulheres que dá seu depoimento, sobre o filho usuário de crack é real, sincero e livre de qualquer truque de filmagem.
Talvez os diretores da propaganda eleitoral de Dilma não tenham tido a intenção de captar esse olhar trocado entre as duas mulheres, assim como o diretor do filme Lemon Tree.
Há sutilezas que só podem ser explicadas pela teoria do inconciente coletivo de Jung.Parece-me que esses olhares feminos trocados, na propaganda eleitoral de Dilma e no filme israelense, foi uma delas.
Recomendo a todas as mulheres que assitam o belíssimo Lemon Tree e que observem com atenção o programa eleitoral deDilma Rousseff que citei.
Lemon Tree
(Etz Limon, 2008) • Direção: Eran Riklis
• Roteiro: Suha Arraf, Eran Riklis
• Gênero: Drama
• Origem: Alemanha/França/Israel
• Duração: 106 minutos
• Tipo: Longa-metragem
• Sinopse: Salma, uma viúva palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel, se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do Ministro, e, por isso, precisam ser derrubados. Junto com o jovem advogado Ziad Daud, Salma resolve levar o caso à Suprema Corte de Israel e tentar salvar sua plantação. Sua determinação faz brotar o interesse de sua vizinha Mira Navon, esposa do Ministro, que é mantida isolada em sua nova casa e em sua vida infeliz. Apesar de suas diferenças, as duas desenvolvem um forte laço.
do site: http://www.cineplayers.com/filme.php?id=4274
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Postado por
Avelina
às
14:23
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Marcadores:
Cinema/mulheres/inconciente coletivo/programa eleitoral de Dilma Rousseff
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