quinta-feira, 31 de março de 2011

"Ter uma Presidenta desafia o movimento a ousar muito mais", diz ativista.

"Ter uma Presidenta desafia o movimento a ousar muito mais", diz ativista.


"Ter uma presidenta desafia o movimento a ousar ainda mais", diz ativista
O encontro tem um significado especial pelo fato de uma mulher ter se tornado presidenta (Foto : Roberto Stuckert Filho/PR)
São Paulo – De hoje (quarta-feira 30) até sábado (2), mulheres e representantes de entidades feministas reúnem-se em Brasília para discutir novas diretrizes do movimento e avaliar os 30 anos do feminismo na América Latina. O II Encontro Nacional da Articulação de Mulheres Brasileiras (Enamb) é aberto ao público e sediado no Centro Comunitário da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo a integrante da executiva nacional da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) e uma das organizadoras do evento, Silva Camurça, o encontro tem um significado especial pelo fato de uma mulher ter se tornado presidenta do país. Silvia considera que Dilma tem mostrado disposição em promover a igualdade como prioridade de seu governo. "Ter uma presidenta desafia o movimento a ousar ainda mais", explica.
Durante quatro dias, as feministas vão discutir questões como: nova linha de atuação diante de um novo governo e da crise global, o projeto desenvolvimentista da economia diante da preocupação com uma crise ambiental e a avaliação dos 30 anos do feminismo – conquistas e derrotas – na América Latina.
Para Silvia, desde a constituinte, em 1988, os movimentos sociais têm sofrido mais derrotas do que vitórias. A ativista comenta que a polêmica em torno do direito ao aborto, durante as eleições de 2010, demostra o conservadorismo da sociedade em relação à reprodução humana. "Conquistamos um monte de avanços interessantes e renovamos o estado brasileiro (na Constituição de 1988), mas, de lá para cá, temos sofrido uma derrota atrás da outra em termos dos horizontes de utopia que a gente quer", critica.
Questionada sobre a Lei Maria da Penha, Silvia considera que a lei foi uma vitória pequena. "Faltam recursos para a lei ser realmente implantada. O pouco de recurso investido pelo Estado não supre as necessidades das mulheres. A violência continua aumentando."
No final do ano, haverá outro evento de mulheres. De 23 a 26 de novembro, em Bogotá, capital da Colômbia, o XII Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe discutirá as três décadas de feminismo latino-americano e no Caribe. O tema será "desatar, despir e reatar". Mais informações sobre o Enamb podem ser encontradas no site.

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